28 set, 2024 - 18:07 • Alexandre Abrantes Neves , Diogo Camilo
Chegou de repente, sem avisar a organização, mal falou com manifestantes e garantiu aos jornalistas que a Câmara de Lisboa está a fazer “tudo por tudo” para resolver os problemas da cidade.
A vereadora com o pelouro da Habitação na autarquia de Lisboa, Filipa Roseta, surgiu junto à Avenida Almirante Reis, no edifício do antigo Cinema Império, mas recebeu críticas por parte da organização do protesto.
“A autarquia está muito preocupada para resolver o problema da habitação em Lisboa. É uma pressão muito grande que queremos ver resolvida e estamos a fazer um esforço enorme para que as pessoas tenham acesso a casa”, afirmou.
André Escoval, do movimento Casa para Viver, denuncia à Renascença o “puro oportunismo” da vereadora, que não se mostrou disponível para falar à organização da manifestação.
“Obviamente que estamos perante um exercício de campanha eleitoral. Chega, não tem a hombridade de cumprimentar a organização ou manifestar disponibilidade para conversar connosco e apresenta-se perante vós [jornalistas]. É puro oportunismo”, afirmou.
Também na manifestação esteve a coordenadora do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua, que sublinhou ser possível uma política alternativa para responder a esta crise.
“Estamos aqui para dizer que podemos mudar as coisas, uma alternativa que ponha tetos às rendas, que acabe com movimentos especulativos, que impeça a venda de casas a não residentes”, indicou.
O secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, também presente, lamenta que a negociação do OE para 2025 não inclua um debate sério sobre a habitação, pedindo investimento público e a banca a suportar as subidas das taxas de juros.
Lisboa é uma das cidades que acolhe o protesto "Casa para Viver", em defesa do direito à habitação e que tem como objetivo pressionar o governo para incluir no Orçamento do Estado medidas urgentes para responder à crise da habitação.