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"Joker: Loucura a Dois". Lady Gaga junta-se a Joaquin Phoenix para um musical de cabaret

03 out, 2024 - 09:20 • João Malheiro

Dupla de atores é dos pontos mais elogiados pela crítica especializada, desde a estreia no festival de Veneza. Lady Gaga interpreta uma nova versão de Harley Quinn, que é cada vez uma personagem consagrada na cultura pop. O filme estreia esta quinta-feira nas salas portuguesas.

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"Joker: Loucura a Dois" estreia esta quinta-feira, em Portugal. Trata-se da sequela direta de "Joker", um dos filmes mais bem-sucedidos na bilheteira em 2019, que resultou em 11 nomeações nos Óscares, incluindo a vitória de Joaquin Phoenix na categoria de Melhor Ator.

Pelo desfecho e contexto do filme, uma continuação era improvável, contudo foi mesmo para a frente. A narrativa coloca Joker (Joaquin Phoenix) em tribunal, pelos seus crimes. Enquanto luta no julgamento, conhece Harley Quinn, uma paciente que está internada no mesmo asilo do vilão e fica obcecada com ele. Juntos, como é habitual na banda desenhada, desenvolvem um romance tóxico e letal.

Desengane-se quem pode achar que "Loucura a Dois" vai ser mais do mesmo. O escritor e realizador Todd Philips decidiu arriscar e apresentar esta história em formato musical.

Ao todo, esperam-se 15 números, a maioria músicas pré-existentes, dentro do jazz clássico dos anos 50 e 60. As canções "Smile" e "That's Life" foram usadas no filme de 2019 e servem de base para o género do que se pode esperar ouvir Joaquin Phoenix e Lady Gaga cantarem. A compositora islandesa Hildur Guðnadóttir, que venceu o Óscar de Melhor Banda Sonora pelo primeiro "Joker", está, igualmente, de regresso.

O casting de Lady Gaga fez furor e a artista não se ficou pela interpretação do filme. A cantora lançou, na semana passada, um álbum entitulado "Harlequin", em que canta as músicas do filme, com novos arranjos. O disco inclui, ainda, "Happy Mistake", uma canção original que não aparece em "Loucura a Dois".

Harley Quinn: de mera ajudante a ícone

Joker é, talvez, o vilão de banda desenhada mais reconhecido no mundo. O palhaço criminoso foi introduzido em 1940 e, desde então, mantém-se um dos antagonistas mais marcantes de Batman e da cultura pop, em geral.

No Cinema, é uma de três personagens que valeram Óscares a dois intérpretes diferentes: Heath Ledger, pelo papel em "O Cavaleiro das Trevas", em 2008, e, como já mencionado, Joaquin Phoenix. Também Jack Nicholson e Jared Leto deram vida a outras versões do supervilão.

É uma marca forte, capaz de entusiasmar os consumidores a gastar dinheiro para ver filmes, séries, videojogos e bandas desenhadas em que a personagem tem um papel relevante. O cabelo verde, a cara branca, com um (sor)riso permanente e a gabardine roxa são tão reconhecíveis como os morcegos de Batman. No entanto, nas últimas décadas, outra personagem tem emergido da sombra de Joker e tornado-se, ela própria, numa figura reconhecida pelo grande público.

Harley Quinn, ao contrário de grande parte dos seus colegas de quadradinhos, não é uma personagem original de banda desenhada. Surgiu sim, pela primeira, na televisão. Em 1992, num episódio de uma série animada de Batman, Harleen Quinzel, uma psicóloga levada à loucura por Joker, foi introduzida como ajudante do antagonista.

Design original de Harley Quinn
Design original de Harley Quinn
Design moderno de Harley Quinn
Design moderno de Harley Quinn

Era suposto ser um papel curto, mas a resposta dos fãs foi tão positiva que os argumentistas decidiram incluir a personagem de maneira recorrente. A popularidade de Harley Quinn perdurou e, sete anos depois, foi canonizada no universo de banda desenhada.

Desde então, tornou-se das figuras femininas mais reconhecidas da marca DC, quer seja herói ou vilão. Por muitos anos associada a Joker, eventualmente foi protagonista das suas próprias histórias, às vezes num papel de maior ambiguidade moral, em vez de maldavez pura.

Arleen Sorkin foi a atriz que deu voz à primeira versão da personagem. Muitas outras artistas assumiram o papel, ao longo dos anos, incluindo Tara Strong e Kaley Cuoco.

O filme de 2016 "Esquadrão Suicida" marcou a estreia da personagem em imagem real. O filme fracassou, mas a interpretação da atriz Margot Robbie tornou-se icónica, influenciando a caracterização futura da personagem, e resultou em mais dois filmes.

A popularidade da personagem disparou e é presença cada vez mais recorrente e de destaque em várias formas de média. Desde 2019, a série "Harley Quinn" tem sido dos projetos de animação de maior longevidade da HBO Max. A quinta temporada vai estrear este novembro.

Por um lado, foi este um dos motivos do furor à volta do anúncio da aparição da personagem em "Joker: Loucura a Dois".

O outro, claro, é a própria Lady Gaga, que interpreta uma versão mais manipuladora e psicótica da personagem, com um visual distinto, quer do tradicional aspeto de bobo da corte e do moderno punk rock. A sua performance está a ser dos pontos mais elogiados do filme.

Se esta versão se tornará, igualmente, icónica só o tempo dirá. Assim como ainda não se sabe se "Joker: Loucura a Dois" pode recriar o sucesso de 2019.

O que é certo é esta versão de Joker chega ao fim. Todd Philips já admitiu que quer seguir em frente e Joaquin Phoenix rejeitou voltar ao papel por uma terceira vez.

A despedida dos palcos pode ser vista a partir desta quinta-feira, nas salas de Cinema.

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