26 dez, 2024 - 16:27 • Beatriz Pereira com Reuters
Foi a 26 de dezembro de 2004, um dia depois do Natal, que a terra tremeu no Oceano Índico e provocou o tsunami mais devastador de que há registo - e que ainda hoje marca a memória de todos.
Na manhã desse dia, um sismo de 9.1 na escala de Richter, na costa da província de Aceh, na Indonésia, causou um tsunami que fez mais de 227 mil mortos em 14 países do Sudeste da Ásia.
Esta quinta-feira, 20 anos depois de um dos dias mais trágicos da história, sobreviventes e familiares das vítimas do tsunami visitaram valas comuns, acenderam velas e confortaram uns aos outros no sudeste e sul da Ásia em cerimónias realizadas em memória da data.
Na Indonésia, onde morreram mais da metade do total de vítimas, centenas de pessoas visitaram uma vala comum na vila de Ulee Lheue, espalhando pétalas de flores nas pedras que marcam os túmulos. Muitos choravam e abraçavam os seus familiares.
Algumas pessoas não tinham certeza se seus entes queridos estavam lá, pois muitos foram enterrados sem identificação.
Uma das pessoas presentes na cerimónia, Nurkhalis, de 52 anos, contou que perdeu a sua esposa, os filhos, os pais e os sogros no tsunami, mas que nenhum corpo foi encontrado.
"Embora o tempo tenha passado, o mesmo sentimento assombra-nos nesta data, especialmente aqueles que perderam a sua família naquela época", disse.
O Sri Lanka comemorou também o dia com dois minutos de silêncio na Estátua Memorial do Tsunami de Peraliya , na cidade de Galle, informou o centro de gerenciamento de desastres do país.
Já em Tamil Nadu, o estado indiano mais atingido, muitas pessoas acenderam velas e fizeram orações pelas vítimas do desastre.
A Tailândia comemorou o aniversário perto da vila de Ban Nam Khem, no sul da província de Phang Nga, realizando ritos religiosos para aqueles que morreram.
Centenas de pessoas visitaram o Muro do Tsunami, um memorial próximo ao local onde os rituais eram realizados, para prestar homenagem aos entes queridos perdidos.
"As ondas do mar levaram a minha filha, fiquei tão mal com isso", disse Urai Sirisuk, moradora de 62 anos, que perdeu a sua filha de quatro anos.
A província de Phang Nga foi uma das mais afetadas da Tailândia, onde 5.400 pessoas perderam a vida, incluindo muitos turistas estrangeiros.
Ondas que quebraram a quase 800 km/h e atingiram alturas de até 30 metros, que libertaram uma energia equivalente a 23 mil vezes a potência da bomba atómica de Hiroshima: um desastre que deixou um rasto de morte e destruição.
20 anos depois, embora as marcas da tragédia permaneçam, o cenário é já bem diferente.
Veja as imagens do antes e do depois.