"O futebol evoluiu" e "cada vez mais jovens vão bater recordes": Carlos Xavier e o tema Quenda-Futre

Geovany Quenda pode tornar-se o mais jovem de sempre a estrear-se em jogos oficiais pela seleção. Se o jovem do Sporting entrar esta segunda-feira em Split, contra a Croácia, ultrapassa o recorde de Paulo Futre. "El Português" começou a vestir a camisola portuguesa com 17 anos, sete meses e 21 dias, frente à Finlândia em 1983, em Alvalade, num jogo que terminou 5-0 para os portugueses. Quenda pode conseguir o mesmo com 17 anos, sete meses e 18 dias.

O jovem leão já tinha sido chamado por Roberto Martínez, que adiou o ultrapassar de uma marca, que parecia já inatingível, não fossem as mexidas na convocatória para a última jornada da fase de grupos da Liga das Nações. Para Carlos Xavier, o futebol evoluiu e assim se explica o surgimento de cada vez mais jovens dispostos a bater recordes.

"É a evolução do futebol e as condições que os jovens de hoje têm para voar mais alto. Todos os clubes estão apetrechados de condições para os jovens evoluírem e, obviamente, aparecem cada vez mais cedo atletas com muita qualidade que podem chegar à primeira equipa", explica o antigo internacional a Bola Branca.

Carlos Xavier era colega de equipa de Paulo Futre no Sporting aquando da primeira chamada do antigo extremo e não tem dúvidas de que os tempos são propícios a que cada vez mais marcas acabem por cair.

"Jogando na equipa principal do Sporting e em grandes competições, é muito mais fácil chegar à seleção. Quenda tem dado mostras da qualidade que tem, tem evoluído constantemente e não me surpreende que, mais tarde ou mais cedo, outros jovens apareçam e batam recordes", explica.

Sobre Quenda "não há qualquer tipo de dúvidas em relação à sua qualidade" e Carlos Xavier sublinha apenas o risco que muitos jovens correm em "deslumbrarem-se" com o sucesso.

Já questionado sobre o alegado interesse do Manchester United, agora treinador por Rúben Amorim, o antigo médio e capitão leonino assume que "enquanto sportinguista" não seria de todo desejável que se concretizasse, mas admite que é um cenário provável.

"Parece aquele champô dois em um. Com o Rúben Amorim, mais fácil seria para o Quenda. Os jogadores sonham em jogar noutros clubes. Mais cedo ou mais tarde vão sair, mas não me surpreenderia que o Quenda tivesse propostas irrecusáveis para sair no final da época", reconhece Carlos Xavier a Bola Branca.