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Euro 2024

"Foquei-me no instinto". A noite em que Diogo Costa ignorou as notas para defender os penáltis

01 jul, 2024 - 23:26 • Eduardo Soares da Silva

Desde cedo encarado como promessa no FC Porto, Casillas apontou-o ao topo com 19 anos e, aos 24, mostra-se à Europa com três penáltis defendidos contra a Eslovénia. Eis a história do guarda-redes que apurou Portugal para os quartos de final do Europeu.

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"Foquei-me no instinto". A noite em que Diogo Costa ignorou as notas para defender os penáltis
"Foquei-me no instinto". A noite em que Diogo Costa ignorou as notas para defender os penáltis

O guarda-redes Diogo Costa, herói dos oitavos de final do Europeu ao defender todos os três penáltis da Eslovénia, ignorou a preparação para as grandes penalidades e preferiu seguir o instinto para escolher o lado para onde se atirar.

"Estudamos sempre, mas não insisti muito na análise e foquei-me no instinto. Não consigo explicar-lhe, foi o que senti. Os guarda-redes temos de ter isso e estou feliz por ajudar. Não sou muito extrovertido, gosto de focar no trabalho, tenho a minha família como suporte, foco-me nisso e no trabalho", disse, à RTP.

Logo no final do jogo, na "super flash", o guarda-redes do FC Porto mostrou-se bastante emocionado e, quase em lágrimas, dedicou a exibição à família.

"São jogos mais difíceis, muito tempo sem tocar na bola, só me focava para aproveitar a oportunidade, estou muito contente por ajudar a equipa, dedicar o jogo à minha família que é o meu suporte. É uma motivação extra, trabalho no que me falta, mato-me a trabalhar, a acreditar em mim. Foi o jogo que mais consegui ajudar a minha equipa e é nisso que me foco", completa.

Depois desta noite, Diogo Costa tornou-se o guarda-redes com mais defesas em desempates por penáltis na história de Europeus. Foi a primeira vez que defendeu uma série de penáltis no torneio. Não foi, no entanto, a primeira vez que o guarda-redes foi herói em lances destes. As penalidades são, na verdade, uma especialidade.

Em toda a carreira profissional, o guarda-redes do FC Porto já defendeu dez penáltis, de acordo com os dados do "Transfermarkt".

Há dois anos, tornou-se o primeiro guarda-redes da história da Liga dos Campeões a defender três penáltis numa única fase de grupos. Dois contra o Leverkusen e um frente ao Club Brugge.

Desde cedo se afirmou como uma promessa nas balizas, quer nas camadas jovens do FC Porto, quer nas seleções. É ele o guarda-redes titular de uma geração que fez história ao conquistar o Europeu sub-17, em 2016, e sub-19, em 2017. E é também ele o guardião que esteve na conquista da Youth League do FC Porto.

Não tardou muito a subir à equipa principal, na altura ainda na sombra de Iker Casillas, que o apontou ao topo: “O Diogo é um craque, vai ser um enorme guarda-redes". Tinha ainda 19 anos.

Casillas saiu, Marchesín chegou e Diogo Costa ficou mais duas temporadas como segundo guarda-redes. Uma noite de festa de Marchesín deu-lhe a estreia no campeonato, em 2019/20, e ficou aí a certeza que estaria ali o futuro da baliza do FC Porto.

É o titular indiscutível do FC Porto há três temporadas. Tem contrato até 2027 e uma cláusula de rescisão de 75 milhões de euros. Já foi associado a quase todos os tubarões europeus, mas até agora, nunca deixou o Dragão.

Fernando Santos deu-lhe a estreia na seleção em 2021 e o Euro não é o primeiro torneio de Diogo Costa: esteve na baliza no Campeonato do Mundo do Qatar, ainda que não tenha sido memorável. Errou no golo que eliminou Portugal contra Marrocos. Há uma semana, garantiu que "aprendeu com os erros".

Diogo Costa começou a ser herói contra a Eslovénia ainda antes dos penáltis. Aos 115 minutos, Pepe escorregou e deixou Sesko na cara de um golo que dificilmente não apuraria os eslovenos. O guarda-redes esticou a perna para a esquerda e defendeu.

Minutos mais tarde, defendeu os penáltis de Ilicic, Balkovec e Verbic, apurando a seleção para os quartos de final do torneio. Tal como Ricardo sem luvas, a noite dos três penáltis defendidos de Diogo Costa deverá também ficar na história dos Campeonatos da Europa e da seleção nacional.

Roberto Martínez chamou-lhe "o segredo mais oculto do futebol Europeu". Depois de hoje, será difícil continuar a esconder Diogo Costa.

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