20 nov, 2024 • André Rodrigues
Portugal continua entre os países com melhor desempenho climático, mas cai duas posições para 15.º lugar, no Índice de Desempenho das Alterações Climáticas.
O Explicador Renascença esclarece.
É uma análise comparativa das estratégias de proteção do clima em 57 países, mais a União Europeia, e que representam 90% das emissões de gases com efeito de estufa.
O objetivo deste índice, publicado anualmente desde 2005, é aumentar a transparência na política climática internacional e permitir a comparação dos esforços de proteção climática e do progresso feito por cada país, destacando os que têm melhores práticas.
Portanto, a ideia é incentivar os governos a tomar medidas ambiciosas para a proteção climática.
Mede o desempenho climático de cada país em quatro categorias: a que mais conta para a nota são as emissões de gases com efeito de estufa, que têm um peso de 40% nesta avaliação.
Seguem-se: implantação de energias renováveis (20%); como se usa energia (20%) e, finalmente, política climática (20%).
Portugal caiu dois lugares neste Índice, para a 15.ª posição que, na verdade, é a 12.ª posição deste ranking.
As três primeiras posições não foram atribuídas, porque essas destinam-se aos países com classificação muito alta neste Índice de Desempenho Climático.
Ora, uma vez mais, nenhum país está em perfeitamente em consonância com as metas do Acordo de Paris, que compromete os subscritores a manter a subida da temperatura global abaixo de 1,5 graus Celsius em relação aos níveis pré-industriais.
Dinamarca, seguida dos Países Baixos. São os dois primeiros países com melhor classificação no Índice de Desempenho das Alterações Climáticas.
Portugal, sendo 15.º, é, na verdade, 12.º classificado. Cai duas posições em relação ao ano passado.
Tem nota alta, mas fica no limite dos países com classificação alta.
De acordo com a associação ambientalista Zero, a culpa é, sobretudo, do setor dos transportes que ainda é muito dependente de combustíveis fósseis. Entre setembro de 2023 e setembro deste ano - que é o período de medição deste índice - o setor dos transportes foi responsável pela emissão de 16,5 milhões de toneladas de dióxido de carbono em Portugal. Em linha com o ano passado, mas acima do período pré-pandemia.
Por outro lado, o uso de gás fóssil nas centrais térmicas e os incêndios florestais também são apontados como as principais causas para o desempenho do país neste índice climático.
E, no caso particular dos incêndios, a área ardida aumentou de 34 mil para 136 mil hectares. Portanto, no total de 2024, a Zero estima que Portugal deverá ter um aumento das emissões de gases com efeito de estufa.