Apesar do “exame prévio”, as canções tomaram corpo na voz do público que encheu o Coliseu em março de 1974, voz coletiva que já não era possível censurar. Nesse concerto, a canção que José Afonso tinha escrito para homenagear a Sociedade Fraternidade Operária Grandolense, “Grândola, vila morena”, ganhou uma renovada força – transportava as feridas e esperanças de uma narrativa coletiva.
O cantor Francisco Fanhais lembra à Renascença o episódio da gravação da música que viria a ser uma das senhas da Revolução, no dia em que Grândola inaugura um novo museu.
O album foi reeditado no âmbito de plano de disponibilização da música do cantautor em CD e vinil e, pela primeira vez, nas plataformas de "streaming", onde "Grandola Vila Morena" foi a música mais escutada em Espanha, França, Brasil e Alemanha.
O festival decorre até 27 de fevereiro e tem ainda como destaque uma "noite de fado convergente", com Maria do Ceo, que nasceu em Portugal e cresceu na Galiza.
A MusiConsult alega que as gravações de José Afonso estão licenciadas à Movieplay e à Arte Orfeu e que não foi dada qualquer autorização à Lusitanian Music para reeditar a obra.