Será necessário renovar estado de emergência “duas ou três vezes”, diz Marques Mendes
29-03-2020 - 21:35
 • Inês Rocha

Estado de emergência "há-de ser renovado pelo menos até ao fim de abril, princípio de maio, se não for um pouco mais”, considera o conselheiro de Estado.

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Luís Marques Mendes, que integra o Conselho de Estado, considera não só que o estado de emergência "vai ser renovado" na próxima semana -- quando o prazo do atual decreto expirar -- como também que “será necessário” renová-lo “duas ou três vezes” até ao início de maio.

“Do meu ponto de vista vai ter de ser renovado. Vigora até ao dia 2 de abril, há-de ser renovado até dia 16 e provavelmente há-de ser renovado pelo menos até ao fim de abril, princípio de maio, se não for um pouco mais”, disse Marques Mendes, no seu espaço de comentário na SIC.

Para o comentador político, este é um “mal necessário” face à pandemia de Covid-19, apesar de parecer uma “eternidade” para a população.

O prolongamento do atual estado de emergência, em vigor até 2 de abril, não foi ainda confirmado pelo Presidente da República.

Marcelo Rebelo de Sousa anunciou, este sábado, que na terça-feira haverá nova sessão técnica, no Infarmed, para "ouvir os especialistas" antes de "tomar a decisão política sobre o prolongamento do estado de emergência".

O Presidente da República e o primeiro-ministro já afirmaram que essa extensão é provável, dada a evolução da situação da pandemia de Covid-19 em Portugal. O estado de emergência foi decretado numa altura em que o pico da doença estava previsto, pela DGS, para meados de abril.

Marques Mendes considera que é uma “boa notícia” que o pico da doença seja na verdade um “planalto” e que esteja previsto para o final de maio.

“Se o pico é mais tarde, a retoma económica também é mais tarde. Mas a alternativa era perder vidas”, lembrou este domingo.

Utentes e funcionários de lares vão ser testados

Marques Mendes anunciou ainda, na SIC, que no início da semana vai ser lançada uma campanha de âmbito nacional que prevê arealização de 10 mil testes, ao longo de várias semanas, a funcionários e utentes dos lares de terceira idade do país.

O objectivo é conseguir fazer 300 testes por dia, alargando progressivamente o número até chegar aos 10 mil testes, daqui a semanas.

A iniciativa é do Ministério da Segurança Social, em parceria com o Instituto de Medicina Molecular, a Cruz Vermelha Portuguesa e as universidades de Aveiro e Algarve.

A operação arranca já em Lisboa, Évora, Guarda, Aveiro e Algarve.

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