Ferro Rodrigues promete "utilizar Constituição e regimento" para que o populismo "não tenha lugar" no parlamento
07-01-2020 - 00:10
 • Renascença com Lusa

Presidente da Assembleia da República considerou "a calúnia, a mentira e o medo" como principais armas do populismo. "Já o experimentámos [populismo] muitos anos e temos de saber responder", sustentou Ferro Rodrigues.

O presidente da Assembleia da República, Ferro Rodrigues, prometeu segunda-feira usar a Constituição e o regimento do parlamento para travar manifestações de populismo na instituição parlamentar, advertindo que estes fenómenos não podem ser menosprezados pelos democratas.

Ferro Rodrigues, que foi secretário-geral do PS entre 2002 e 2004, falava no jantar de Natal e de Ano Novo da bancada socialista, em Lisboa, na única intervenção da noite que não teve a questão do orçamento como tema central, mas sim os fenómenos do nacionalismo e populismo. "Não podemos deixar passar. Tenho a certeza de que o Grupo Parlamentar do PS será o primeiro a bater-se contra o populismo na Assembleia da República e fora dela. Compete ao presidente da Assembleia da República utilizar a Constituição e o regimento para que essas manifestações nunca tenham lugar no parlamento de forma sustentada", disse.

Na sua breve intervenção, o presidente da Assembleia da República começou por manifestar preocupação face ao clima de tensão entre os Estados Unidos e o Irão, mas, logo depois, referiu-se ao teor de uma recente entrevista dada pelo norte-americano Steve Bannon, ao semanário Expresso. "Diz que também em Portugal haverá uma revolução de caráter populista e nacionalista. Eu não levo estas coisas a brincar. O nacionalismo conduziu-nos à guerra colonial, já o experimentámos muitos anos e temos de saber responder a este desafio", sustentou.

Ferro Rodrigues considerou depois que o populismo tem como principais armas "a calúnia, a mentira o medo e as atuações de claques de futebol". "O populismo incita manifestações de arruaça permanentes e de provocação e desafio à ordem democrática", acrescentou.