António Capucho e o PSD: “Não ignoro que a situação não é brilhante”
02-09-2019 - 20:10
 • João Pedro Barros , Hugo Monteiro

Antigo presidente da câmara de Cascais considera que alguns órgãos de comunicação social estão a erguer uma “barreira” ao partido.

António Capucho, antigo ministro e presidente da Câmara de Cascais, regressou esta segunda-feira ao PSD, partido de que foi vice-presidente, por motivos de “consciência” e porque “todos os militantes devem cerrar fileiras à volta das candidaturas do PSD”, tendo em vista as legislativas de 6 de outubro.

Em declarações à Renascença, o também antigo membro do Conselho de Estado considera que a vitória eleitoral ainda é o objetivo, apesar de reconhecer que “a situação não é brilhante”.

“A campanha ainda agora começou e, se houver grande empenho e uma capacidade de explorar os pontos fracos dos adversários, em especial o PS, e de maximizar os nossos – o que é extremamente difícil dada a barreira que certos órgãos de comunicação social têm levantado ao PSD, nas televisões então é uma coisa aflitiva –, estou convencido de que é possível”, sublinhou.

Militante histórico do PSD, “que ajudou a fundar em 1974”, o esteve envolvido num processo de expulsão por ter apoiado uma candidatura independente em Sintra, nas autárquicas de 2013. Capucho já tinha anunciado a sua intenção de voltar ao PSD após a eleição de Rui Rio como presidente, que concretiza agora, e voltou a demonstrar sintonia com o líder, de quem é “amigo e apoiante”.

“Tenho falado com ele e mostrei disponibilidade para participar na campanha, naquilo que puder ser útil. Não tenho nenhum conselho especial a dar, ele conhece melhor o terreno e o partido do que eu, que tenho estado afastado. Evidentemente, nem eu nem ele ignoramos quais são os pontos fracos do adversário e os que devemos enfatizar para ir ao encontro do nosso eleitorado”, declarou.

Apesar das dificuldades, Capucho vê a oportunidade de recuperar para os social-democratas “muitos abstencionistas que estão desencantados com a política no geral e com o PSD em particular”.