Marcelo aos jornalistas: “Sejam antipoder”
12-01-2017 - 20:53

"Sem jornalismo estável, forte e independente não há democracia sólida e de qualidade em Portugal", disse o Presidente da República na abertura do Congresso dos Jornalistas.

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Os jornalistas não se podem vergar ao poder, declarou o Presidente da República na abertura do Congresso dos Jornalistas, em Lisboa, onde manifestou preocupação com a precariedade na classe.

Convidado a abrir o 4º Congresso dos Jornalistas, intitulado “Afirmar o Jornalismo”, Marcelo Rebelo de Sousa lamentou que os profissionais da comunicação social tenham estado 18 anos sem se reunir e debater os problemas da profissão.

“Este congresso demorou tempo a mais a chegar, porque a precariedade enfraquece a vossa profissão-missão, porque ela é efeito de uma crise económico-financeira que ameaça a nossa comunicação social, porque sem jornalismo estável, forte e independente não há democracia sólida e de qualidade em Portugal ou em qualquer outra sociedade livre e plural”, declarou.

No Congresso dos Jornalistas, decorre até domingo no Cinema São Jorge, Marcelo Rebelo de Sousa, antigo jornalista e um dos fundadores do “Expresso”, deixou uma mensagem de incentivo, lembrando que há um limite que nunca se pode transpor.

“Nunca esquecer que o jornalismo só tem poder se nunca se vergar aos poderes políticos, económicos e financeiros, sociais, formais ou informais, vigentes. Antes deles se mantendo distanciado e crítico perante eles, se quiserem, sendo antipoder nesse sentido”, apelou o Presidente da República.

Apesar das dificuldades, os jornalistas não podem desanimar, porque estão a cumprir uma missão à comunidade.

“Acreditar sempre, porque se há experiência que o trabalhar em jornalismo tem em comum com o ensino é o apelo diário a não desanimar, a não desistir, a não renunciar no dever de testemunhar, de servir, de cumprir uma missão comunitária. Nunca cedam, nunca desesperem, nunca abdiquem dessa vossa missão”, apelou.

Na abertura do congresso, o Presidente da Republica sublinhou que a democracia precisa de um jornalismo forte e independente.