Costa admite "preparar" UE para alargamento enquanto entram novos países
03-10-2024 - 23:04
 • Pedro Mesquita

O próximo líder do Conselho Europeu, que junta os chefes de Governo dos 27 Estados-membros da UE, considerou a geopolítica uma variável essencial na equação que os líderes europeus têm de resolver.

António Costa ainda defende que o ideal é arrumar a casa primeiro, ter todas as cadeiras necessárias, e só depois convidar alguém para jantar. Ou seja, "preparar" a União Europeia e só depois iniciar o processo de alargamento. Isso seria o ideal, mas o presidente eleito do Conselho Europeu admite agora, na passagem pelo “Foro Ilha de La Toja”, na Galiza, que pode ser necessário fazer as duas coisas ao mesmo tempo.

"Esse é um debate que tivemos antes do último grande alargamento. Se começamos por aprofundar a união, alargar a união ou fazer as duas coisas ao mesmo tempo", apontou o ex-primeiro-ministro. "O ideal seria que pudéssemos preparar a nossa “casa” para acolher aqueles que convidamos. Não tenho a certeza que não tenhamos de fazer ambas as coisas ao mesmo tempo", confessou António Costa.

O próximo líder do Conselho Europeu, que junta os chefes de Governo dos 27 Estados-membros da UE, considerou a geopolítica uma variável essencial na equação que os líderes europeus têm de resolver.

"Do ponto de vista geopolítico, nós não podemos atrasar o alargamento aos países dos Balcãs ocidentais, nem da Moldávia, e temos de desejar que a Ucrânia possa vencer a paz. Portanto, temos de nos preparar para isso, devemos fazê-lo já. Quando vamos chegar a um acordo, não sei, mas devemo-nos preparar", afirmou Costa.

António Costa aconselhou ainda os governantes a serem humildes e a ganhar algum tempo, num momento de incerteza mundial.

"A realidade que temos hoje é mais complexa do que a simplicidade de governar bem ou mal... Claro, há sempre quem governa melhor e quem governa pior. Filipe governou melhor, Mariano também e, num momento de menos modéstia, eu acho que também governei melhor", atirou o ex-primeiro-ministro, que depois pediu "uma grande humildade, porque a verdade é que nós não compreendemos totalmente o que se está a passar, temos de ganhar algum tempo".