Polémica. Despacho proíbe uso de calculadoras gráficas nos exames
14-10-2016 - 08:39

A medida respeita às disciplinas de Física e Química A e Matemática A do ensino secundário.

Pais e alunos protestam contra a proibição de usar calculadoras gráficas nos exames nas disciplinas de Física e Química A e Matemática A.

A polémica surgiu com o esclarecimento que chegou esta semana às escolas por parte da Direcção-geral da Educação. O documento explica em que situação se pode usar a calculadora gráfica - uma ferramenta de trabalho que os estudantes chegados este ano ao ensino secundário tiveram de comprar.

Até agora, estes alunos podiam utilizar calculadoras gráficas para fazerem os exames nacionais, mas neste ano lectivo, com a implementação dos novos programas, as regras mudaram.

Na disciplina de Física e Química A, o Ministério da Educação diz que o uso de calculadoras gráficas na sala de aula deve ser uma prática a considerar e sugere a utilização de "laptops" ou "tablets" para determinados exercícios, como tratamentos de dados experimentais, incluindo o traçado de gráficos.

No que se refere ao exame nacional desta disciplina, que se realiza no 11º ano, está proibido o uso da calculadora gráfica, mas é imprescindível que os alunos tenham uma calculadora científica, tendo em conta a complexidade de alguns cálculos.

Em relação à Matemática A, que os alunos têm durante os três anos do secundário, a calculadora gráfica também pode ser utilizada na sala de aula, para exercícios específicos, quando envolvem, por exemplo, logaritmos ou exponenciais.

Quanto ao exame nacional vai ser constituído por dois cadernos: um em que é permitido o uso da calculadora gráfica e outro em que é proibido o seu uso.

A Confederação Nacional das Associações de Pais (Confap) não percebe o que diz serem “decisões tomadas de forma avulsa” e não têm em conta o investimento feito pelas famílias. “É mais uma alteração já com o campeonato a decorrer”, critica em declarações à Renascença.

“Ainda não sabemos muito bem a razão porque não podem ser as máquinas gráficas”, confessa Jorge Ascenção, dirigente da Confap, e lembra que que há várias implicações: ao nível despesa e do conhecimento, pois até “as provas terão provavelmente de ser diferentes”, alerta.

Agora, as famílias que já compraram ou iam apostar na reutilização entre irmãos vão ter de fazer um novo investimento. “Uma máquina científica também custa acima dos 100 euros”.