Verde mais verde não há
13-05-2021 - 06:05

Estava escrito nas estrelas: o Sporting é o novo campeão nacional de futebol.

As estrelas brilharam ainda mais forte na noite de terça-feira, tempo de consagração de uma equipa jovem, orientada por um treinador jovem e dirigida por um presidente jovem.

As cartas conjugaram-se e, no fim, acabou por dar tudo certo: 19 anos passados, os leões voltam a ser na plenitude reis da selva, depois de um percurso imaculado até agora, e que vira algumas páginas infelizes de uma história centenária, graças a um grupo que foi sempre capaz de superar todas as dificuldades e seguir o caminho das pedras que por vezes lhe colocaram pela frente.

A festa que ontem varreu todo o país e se repercutiu nos quatro cantos do mundo, acordou um gigante que permaneceu adormecido durante quase duas décadas, e nem sempre por culpa própria.

De lado colocam-se algumas pequenas nódoas que mancharam a noite lisboeta, para consagrar o entusiasmo e a fé proclamados por milhares de adeptos – um vulcão de sentimentos que se mantiveram inertes durante muitos anos.

Tão importante como celebrar a vitória estrondosa que põe fim à ditadura da dupla dragão/águia, e a intrusão em interesses mal repartidos até aqui, importará perguntar a Alvalade como vai ser o futuro de tão prestigiada coletividade, sabendo-se que o êxito do título conquistado acarreta também novas e mais pesadas responsabilidades.

E a pergunta que baila nos espíritos é esta: que Sporting vamos ter, não apenas no futuro imediato, mas igualmente no médio e longo prazo?

Será importante refletir sobre essa dúvida, pois o passo largo agora dado e o terreno conquistado terá de ser, forçosamente, o reflexo de uma acentuada melhoria do futebol lusitano, para não voltar a permitir o retrocesso à estaca onde assentaram até aqui apenas dois quase inexpugnáveis bastiões.

É, por isso, tempo de futuro. Veremos o que nos reserva.