Associações de Pais querem afastar do ensino professora condenada por maus-tratos a alunos
15-12-2020 - 12:28
 • Renascença

Confap lamenta que a sentença não tenha impedido a professora de dar aulas e pede ao Ministério da Educação que tome uma posição.

A Confederação Nacional das Associações de Pais (Confap) pede ao Ministério da Educação que impeça a professora condenada, a cinco anos de pena suspensa, por maus-tratos a alunos de continuar a dar aulas.

Entrevistado pela Renascença, Jorge Ascenção, da Confap, lamenta que a sentença não tenha impedido a professora de dar aulas e pede ao Ministério da Educação que tome uma posição.

“Espero que o Ministério da Educação, que é quem contrata, tenha isso em conta e esta pessoa não poderá dar aulas. De acordo com o que foi divulgado, nem sequer mostrou arrependimento, portanto, não podemos ter uma pessoa dessas com crianças próximas sujeitas a serem vítimas de violência”, afirma o presidente da Confederação Nacional das Associações de Pais.


Para Jorge Ascenção, seja o Ministério da Educação seja uma entidade privada, esta professora não pode voltar a ser contratada para lidar com crianças.

A Renascença já questionou o Ministério da Educação e aguarda uma resposta.

O Tribunal de Santarém condenou, na segunda-feira, uma professora do primeiro ciclo a cinco anos de prisão, com pena suspensa, por nove crimes de maus tratos a alunos. O caso remonta a 2017, no Centro Escolar de Areias, em Ferreira do Zêzere.

No final de um julgamento que decorreu à porta fechada, o coletivo de juízes do Tribunal de Santarém considerou ter ficado provado que a professora, de 42 anos e residente na Lousã (Coimbra), dava bofetadas e chapadas e agredia com manuais escolares na cabeça e na barriga alunos da turma de segundo ano (de 6 e 7 anos) de que era titular.

A acusação do Ministério Público (MP), que foi quase toda dada como provada, referia igualmente o recurso a gritos e ofensas verbais.