China termina dois dias de manobras militares em torno de Taiwan
25-05-2024 - 05:41
 • Lusa

Taiwan diz ter detetado, durante esse período, um total de 111 aviões de guerra e 53 navios da Marinha e da Guarda Costeira chinesas.

A China anunciou o fim dos dois dias de manobras militares de grande escala em torno de Taiwan, descritas como "punição severa para os atos separatistas" do novo Presidente da ilha, William Lai Ching-te.

O exército chinês "concluiu com sucesso" os exercícios denominados Joint Sword - 2024A, disse na noite de sexta-feira um apresentador da CCTV-7, a televisão estatal chinesa responsável pelas notícias militares.

O Ministério da Defesa Nacional de Taiwan disse este sábado ter detetado, nas últimas 24 horas, a presença de 62 aviões de guerra chineses e 27 navios chineses nas proximidades da ilha e dos arquipélagos periféricos.

Num relatório, o ministro disse que 47 destas aeronaves, incluindo caças SU-30 e bombardeiros H-6, cruzaram a linha média do Estreito de Taiwan, a fronteira de facto entre as duas partes.

Este é o número diário mais elevado de incursões desde 11 de abril de 2023, quando a China lançou uma série de manobras em torno de Taiwan após o encontro entre a então Presidente taiwanesa Tsai Ing-wen e o então presidente da câmara baixa do parlamento dos EUA, Kevin McCarthy, nos Estados Unidos.

Durante os dois dias de manobras chinesas, Taiwan detetou um total de 111 aviões de guerra -- 82 dos quais cruzaram a linha média do Estreito de Taiwan - e 53 navios da Marinha e da Guarda Costeira chinesas.

Taiwan disse que esta é a oitava vez em maio que navios da Guarda Costeira chinesa navegam em "águas restritas" dos arquipélagos periféricos, afetando a "segurança da navegação" e "prejudicando a paz e a estabilidade" da região.

A ação militar da China ocorreu dias depois de tomar posse o novo Presidente de Taiwan, William Lai, que na quinta-feira apelou à população para manter a calma, mobilizou as forças armadas da ilha e garantiu que o seu governo protegeria a democracia de Taiwan com determinação.

O território opera como uma entidade política soberana, com diplomacia e exército próprios, apesar de oficialmente não ser independente. Pequim considera Taiwan uma província sua, que deve ser reunificada, pela força, caso seja necessário.