Fome no futebol português. ​Há jogadores apoiados por companheiros
15-04-2020 - 14:00
 • João Paulo Ribeiro com Renascença

Ibraime Cassamá, jogador do Real Massamá, alertou para situações de grande dificuldade, em entrevista ao "Record". Daniel Almeida, um dos capitães do Real, conta, à Renascença, que há pessoas com muito protagonismo no futebol que estão a ajudar os mais desfavorecidos

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Ibraime Cassamá, jogador do Real Massamá, revelou, em entrevista ao jornal "Record", que há futebolistas do Campeonato de Portugal "em stiuação de fome", na sequência da paragem das competições, devido à pandemia de Covid-19.

Cassamá, Paulinho e Daniel Almeida. do Real Massamá. da série D, e Hugo Machado, ex-Sporting, e também jogador do Loures, estão agora a dar todo o apoio a colegas e a outros futebolistas. Com alimentos, sobretudo.

Daniel Almeida, um dos capitães de equipa do Real, conta, à Renascença, como decidiram arrancar com a iniciativa.

"Isto surgiu através do Ibra, um colega meu do Real Massamá. Ele e o Hugo Machado, do Loures, tiveram conhecimento que alguns colegas estavam numa situação difícil. No Loures não recebem há dois meses e meio e estão a passar dificuldades. Nós e mais dois ou três jogadores criamos um grupo no 'Whatsapp' e chegámos a muita gente do futebol que está a ajudar-nos monetariamente ou com alimentos", refere em entrevista a Bola Branca.

Daniel Almeida revela que há "há pessoas com muito protagonismo no futebol que estão a ajudar" e "a iniciativa está a ter sucesso". "Há problemas no Campeonato de Portugal e as pessoas têm de saber. Muitos de nós não estão a receber ordenado", observa.

O Campeonato de Portugal acabou por decisão da FPF, o "play-off" de subida ainda é hipótese e está em discussão, mas nada disso é prioridade nesta altura, considera Daniel Almeida.

"Primeiro queremos é que esta situação (Covid-19) passe. Desportivamente, o Real Massamá estava a atravessar um bom momento e acreditamos que tínhamos condições para subir de divisão. Não nos resta nada a não ser esperar pela decisão da Federação Portuguesa de Futebol mas há muita controvérsia e não nos queremos meter nisso. Gostávamos de continuar a jogar porque também seria sinal que o clubes iam tentar pagar", conclui.

[notícia atualizada às 15h54]