Francisco ​Assis apoia candidatura presidencial de Ana Gomes
22-01-2020 - 13:23
 • José Pedro Frazão

Antigo eurodeputado defende que a “esquerda democrática” deve ter um candidato a Belém. No debate “Casa Comum” da Renascença, o social-democrata Paulo Rangel reconhece que a ex-eurodeputada pode ser “escolha natural” para congregar várias esquerdas.

“Acho que não há personalidade em melhores condições do que Ana Gomes para ser candidata à Presidência da República. E também acho que era bom que a esquerda democrática tivesse um candidato. Se ela se candidatar eu seguramente vou apoiá-la.". É assim, de forma clara e manifestando desde já o seu apoio, que Francisco Assis lança a candidatura presidencial de Ana Gomes.

Em declarações ao programa da Renascença “Casa Comum”, o antigo eurodeputado e líder parlamentar do PS diz mesmo que “neste momento não há no espaço da esquerda democrática melhor candidato a Presidente da República do que Ana Gomes”, também ela antiga eurodeputada, mas que tem assumido cada vez maior protagonismo na denuncia de casos de alegada corrupção.

Ana Gomes viu nos últimos dias, com a divulgação de documentos do “Luanda Leaks”, um apoio para as suspeitas que há muito levanta sobre os negócios de Isabel dos Santos e a sua relação com Portugal.

O nome de Ana Gomes recolhe elogios de Paulo Rangel, social-democrata que partilhou o hemiciclo de Estrasburgo com a dirigente socialista. “ Sinceramente já tinha pensado nisso várias vezes e ainda não tinha verbalizado”, confessa o eurodeputado do PSD que sublinha o grande prestígio de Ana Gomes na Europa, nomeadamente na denúncia de ligações menos claras que envolvem o governo socialista de Malta. Os comentadores do programa “Casa Comum” saudaram recentemente a coragem de Ana Gomes no processo.

Já sobre o “Luanda Leaks”, o eurodeputado do PSD diz que em Portugal “houve sempre muita complacência” sobre este casos como este. Rangel afirma-se “chocadíssimo” com o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, por agora vir mostrar alguma surpresa com o que tem sido divulgado sobre os negócios de Isabel dos Santos. “Ele era ministro dos Assuntos Parlamentares, ele estava lá, sabia muito que havia coisas que não estava bem”, acusa o social-democrata.

PSD apoiará um “Marcelo muito ao centro”, diz Rangel

Paulo Rangel reconhece que “a reeleição de um Presidente foi a regra até agora sem exceção” e que Marcelo Rebelo de Sousa tem taxas de aprovação muito grandes. Mas acrescenta: “Não tenho dúvidas que na esquerda, a ter uma personalidade que possa realmente congregar várias esquerdas e não apenas o Partido Socialista, Ana Gomes poderia ser uma escolha natural”. O comentador da Renascença diz que Ana Gomes pode ser a “escolha natural” da esquerda e acredita que já há um movimento de apoio à ex-eurodeputada que “se vai reforçar”.

Para Rangel a questão das presidenciais no PSD está resolvida com o apoio a Marcelo Rebelo de Sousa. “Será um apoio que será feito preservando sempre o espaço do próprio Marcelo Rebelo de Sousa. É um espaço, diga-se de passagem, muito ao centro e muito social, até para as tais vozes que querem puxar o PSD para a direita e para uma radicalização da politica um pouco à espanhola e que vão por mau caminho””, afirma Rangel no “Casa Comum” desta quarta-feira.

O "Casa Comum" desta semana, um programa da Renascença em parceria com a Euranet, debateu o que fica da corrida interna no PSD, o "Luanda Leaks" e as reservas de Bruxelas ao plano orçamental português.