Constituídos nove arguidos no caso da legionella
13-07-2016 - 18:28

O caso remonta a 2014, quando um surto de legionella em Vila Franca de Xira causou 12 mortes e infectou 375 pessoas.

Sete pessoas e duas empresas foram constituídas arguidas no inquérito relacionado com o surto de legionella ocorrido em Vila Franca de Xira em Novembro de 2014, informou hoje a Procuradoria-Geral da República (PGR).

Numa resposta enviada à agência Lusa, a PGR adianta que o inquérito se encontra em investigação no Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) de Vila Franca de Xira.

"O inquérito encontra-se em investigação e envolve recolha e análise de prova que se tem vindo a revelar como muito complexa e exames periciais igualmente de grande complexidade, alguns deles complementares a outros já realizados, mas essenciais para a descoberta da verdade", adianta a PGR.

Entretanto, a multinacional General Electric, em comunicado enviado à Lusa, refere que a empresa e quatro dos seus empregados foram constituídos arguidos neste processo.

A empresa adianta que "está a acompanhar o tema" e que cumprirá com "todas as suas obrigações legais".

Fonte ligada à investigação revelou à Lusa que a empresa Adubos de Portugal é a outra sociedade constituída arguida no processo.

Anteriormente, a Lusa contactou o advogado da Adubos de Portugal, José Eduardo Martins, que apenas disse não ter declarações a fazer, tal como a assessoria de imprensa da empresa.

"Não confirmo nem desminto. Não tenho qualquer declaração a fazer por parte do meu cliente", afirmou o advogado.

O caso remonta a 2014, quando um surto de legionella em Vila Franca de Xira causou 12 mortes e infectou 375 pessoas com a bactéria.

De acordo com o balanço feito na altura, as vítimas mortais tinham entre 43 e 89 anos e eram nove são homens e três mulheres. A taxa de letalidade do surto foi de 3,2%.

O surto, o terceiro com mais casos em todo o mundo, teve início a 7 de Novembro e foi controlado em duas semanas. Na altura, o então ministro da Saúde, Paulo Macedo, realçou a resposta dos hospitais, que "trataram mais de 300 pneumonias".

Em Novembro do ano passado, quando fez um ano sobre o caso, fonte do MP adiantou à Lusa que deram entrada 211 queixas de lesados directos e de familiares das vítimas.

A doença do legionário, provocada pela bactéria 'legionella pneumophila', contrai-se por inalação de gotículas de vapor de água contaminada (aerossóis) de dimensões tão pequenas que transportam a bactéria para os pulmões, depositando-a nos alvéolos pulmonares.

A investigação é dirigida pelo DIAP de Vila Franca de Xira, coadjuvado pela Polícia Judiciária.