Associação Portuguesa de Famílias Numerosas e Associação Portuguesa de Demografia acreditam que a proposta apresentada pelo Governo de alargar o período de licença de parentalidade do pai de 15 para 20 dias úteis obrigatórios é positiva.

Os dois organismos lembram, no entanto, que é preciso mais medidas que criem condições favoráveis ao aumento da natalidade.

“As crianças precisam do pai e da mãe. Logo, a sua presença física é muito importante desde os primeiros momentos de vida. O que falamos é que continuam a persistir, em Portugal, várias medidas que penalizam as famílias com filhos mesmo em termos de fiscalidade, de habitação, de transportes, etc”, diz à Renascença a presidente da Associação Portuguesa de Famílias Numerosas, Ana Cid Gonçalves.

De acordo com a Associação Portuguesa de Demografia, os portugueses querem ter mais filhos, mas não reúnem as condições necessárias para alargar as famílias.

“É preciso um ambiente mais favorável ao aumento da fecundidade em Portugal e que se possam dar aos jovens casais condições para que eles possam ter uma família mais alargada.”, diz a presidente da associação, Maria Filomena Mendes.

A socióloga acredita que já o anterior Governo tinha consciência da importância da criação de medidas em prol da natalidade e que com o actual governo se nota uma “evolução positiva”. No entanto, Maria Filomena Mendes sublinha ser fundamental apostar em medidas que estão indirectamente ligadas com a decisão de ter um segundo filho.

“Existem outras medidas a que o Governo deve dar importância e que têm a ver com as condições económicas das famílias, com o rendimento, a questão do emprego - principalmente nos casais jovens - e a precariedade das relações laborais".