Renato Garrido, selecionador nacional de hóquei em patins, diz que a conquista do Campeonato da Europa, em Paredes, seria importante para que Portugal marcasse uma geração no hóquei em patins.
O selecionador "lida bem" com o favoritismo que é atribuído à seleção das "quinas", depois do triunfo no Mundial, em 2019.
"Lido bem [com o favoritismo], mas diz-me pouco. Somos os campeões do mundo, mas não somos os melhores do mundo. Para marcarmos uma geração precisamos de uma continuidade de vitórias. Se conseguirmos este Europeu, começamos a dar continuidad. Já vencemos o Europeu em 2016, é uma geração de muita qualidade. Temos o talento para vencer qualquer prova, mas não somos os únicos candidatos", começou por dizer.
Renato Garrido reconhece que Portugal, Espanha e Itália são os candidatos ao título e junta a França como uma seleção promissora.
"Portugal, Espanha e Itália são os crónicos candidatos, a França tem vindo a aparecer, com jogadores a disputar os melhores campeonatos europeus e acho que um dia vão criar surpresas, espero que não seja neste Europeu. Espanha e Itália têm selecionador novos, sabemos as ideias, mas não os vimos em competição ainda. Vamos ter a possibilidade de compreender o modelo de jogo eles", explica.
A seleção nacional arranca hoje o Europeu frente à Alemanha, uma equipa que não é apontada a grandes feitos neste Europeu. Renato Garrido diz que uma vitória convicente pode dar o mote para uma boa competição.
União e experiência como pontos fortes
"O primeiro jogo é fundamental. São sempre importantes, porque por vezes custa arrancar. Temos de contar com Andorra e Alemanha, apesar de não sejam as seleções apontadas como candidatas. Vamos jogo a jogo, é importante começar bem, para ganhar confiança para os outros jogos", atira.
O grupo de 11 jogadores é muito experiente e o selecionador acredita que isso poderá a jogar a favor da seleção: "É preciso reconhecer o trabalho que se faz em Portugal. Temos um campeonato dos melhores do mundo e ajuda-nos na parte competitiva. Temos só dois jogadores no Barcelona, que é também um grande clube mundial. Os jogadores estão bem preparados e conseguem contornar qualquer situação.
A união do grupo foi ainda destacada por Renato Garrido, que recorda a conquista do Mundial 2018.
"Foi a nossa maior valia no Mundial. No dia em que nos reencontramos foi o que lhes disse. Só vencemos com uma união muito forte. Estamo-nos a preparar para estas adversidades, vai ser um campeonato duro, num modelo de todos contra todos. Temos muita vontade de reconquistar o título europeu, que nos fugiu para a Espanha. Agora aqui em Portugal, com o apoio de toda a gente, possamos voltar a conquistar", termina.
Portugal começa hoje a sua campanha no Europeu, no Multiusos de Paredes, frente à Alemanha. Andorra, França, Itália e Espanha são as restantes equipas do grupo único. Primeiro e segundo classificados discutem o título no sábado.
Renato Garrido, de 48 anos, é o selecionador nacional desde 2018, depois do Europeu perdido para a Espanha. Foi campeão mundial em 2019. Orientou ainda o Juventude de Viana e a Oliveirense, para além de ter sido adjunto do FC Porto.