Governo pede parecer à PGR sobre negócios de familiares de governantes
30-07-2019 - 20:06
 • Renascença

Primeiro-ministro solicitou ao Conselho Consultivo da Procuradoria Geral da República um parecer sobre as regras de contratação por parte do Estado de serviços de empresas de governantes.

António Costa solicitou esta terça-feira ao Conselho Consultivo da Procuradoria Geral da República um parecer sobre os impedimentos de empresas de familiares de governantes em contratações de serviços com Estado. O pedido foi anunciado esta terça-feira em comunicado do gabinete do primeiro-ministro.

“Não pode deixar de suscitar dúvidas como alguém possa ser responsabilizado, ética ou legalmente, por actos de entidades sobre as quais não detém qualquer poder de controlo e que entre si contratam nos termos das regras de contratação pública, sem que neles tenha tido a menor intervenção”, pode ler-se no documento.

Em causa estão os três contratos que o filho do secretário de Estado da Proteção Civil, José Artur Neves, terá assinado depois de o pai assumir funções governativas. O governante declarou esta terça-feira que não teve qualquer influência nem estabeleceu qualquer contacto que pudesse resultar em expectativa de favorecimento pessoal.

O Governo considera que interpretação da lei que obriga os seus membros a demitirem-se ultrapassa “largamente” a “prática corrente ao longo dos anos”. António Costa mostra assim estar do lado de José Artur Neves e não estar disposto a solicitar a sua demissão.

“Contudo, para completo esclarecimento desta questão, o Primeiro Ministro decidiu solicitar um parecer ao Conselho Consultivo da PGR, o que hoje mesmo fez”, termina a nota enviada às redações.