Semana Nacional da Cáritas quer “despertar para a solidariedade no concreto”
17-03-2019 - 09:59
 • Ana Lisboa

O lema escolhido para este ano é “Juntos Numa Só Família Humana”.

Começa este domingo a Semana Nacional da Cáritas e prolonga-se até ao próximo, que é precisamente o Dia da Cáritas, 24 de Março.

Trata-se de uma iniciativa cuja missão “é despertar para a solidariedade no concreto”, como refere na sua mensagem o Presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social.

D. José Traquina afirma que “há que cuidar do mundo, cuidando da qualidade de vida dos mais pobres”. Em seu entender, “a solidariedade não pode permanecer no abstrato. A missão da Cáritas é despertar para esta solidariedade no concreto”.

Com o lema deste ano “Juntos numa Só Família Humana”, a Cáritas pretende transmitir a “preocupação dos últimos anos que tem a ver com os fluxos migratórios forçados por causa dos conflitos armados, portanto, desuniões, conflitos que resultam de interesses de poder, de utilização de bens que são de determinadas sociedades e que querem ser utilizados por outros. E, portanto, onde não impera esta lógica da fraternidade, esta lógica de que somos um só povo, embora vivendo em latitudes diferentes, com culturas diferentes, com religiões diferentes, pensando de modo diferente. Portanto, queremos passar esta mensagem, que tanto tem feito eco dela o Papa Francisco. É uma cultura do encontro, uma cultura que sabe não só olhar, mas ver, que não sabe só que existem problemas, mas que se aproxima deles”, afirma o Presidente da Cáritas Portuguesa.

Eugénio Fonseca manifesta o desejo de que “as pessoas comecem a assumir esta consciência de que apesar das barreiras, sejam elas muros, fronteiras, elas não conseguem superar aquilo que é intrínseco à condição humana, que é de vivermos numa humanidade que tem que partilhar forçosamente os bens que dispõe, porque eles foram realmente criados para servirem a todos”.

Esta Semana é habitualmente aproveitada para divulgar e dar a conhecer as inúmeras atividades de apoio social desenvolvidas pelas Cáritas Diocesanas de todo o país.

O ponto alto é o Peditório Nacional que decorre da próxima quinta-feira até domingo e que se destina a angariar fundos para responder às necessidades de milhares de pessoas carenciadas, como por exemplo, “alimentação, ajuda na saúde, na compra de medicamentos, no pagamento de exames de diagnóstico, na compra de próteses, no pagamento de rendas de casa, pagamento de eletricidade ou de água, de propinas para estudantes”.

Este responsável aproveita para apelar às pessoas, no sentido de confiarem e que “não se deixem ficar preconceituadas por receios de que estes dinheiros não cheguem” a quem precisa.

“Eu faço este apelo, e as pessoas sabem ao que me estou a referir, vamos confiar nas instituições, porque infelizmente as políticas que se têm desenvolvido, têm criado condições a alguns concidadãos nossos, mas ainda há muitos que não têm o básico para viver, vivem na pobreza absoluta e isto é inadmissível. E as políticas que se incrementam, em termos sociais e económicos, muitas vezes são altamente discricionárias. E, portanto, nós temos que ser subsidiários para chegar onde o Estado deveria chegar com políticas mais justas e não chega”.

O Presidente da Cáritas Portuguesa pede a quem quiser e puder que “faça um pequeno donativo, porque do pouco se faz muito. Se muitos derem pouco, será muito”.

Também o Ofertório das Missas do próximo fim-de-semana, 23 e 24 de Março, reverte para esta causa.

O ano passado foram angariados mais de 180 mil euros que serviram para apoiar cerca de 120 mil pessoas.