Reino Unido vai sair do mercado único europeu
17-01-2017 - 12:02

Primeira-ministra britânica explicou que permanecer como membro do mercado único significaria continuar ligada às leis europeias.

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A primeira-ministra britânica, Theresa May, anunciou a saída do Reino Unido do mercado único. A posição foi assumida pela líder num discurso ao país que estabeleceu 12 objectivos para o Brexit.

May explicou que permanecer como membro do mercado único significaria continuar ligada às leis europeias. "Na prática significaria que não saíamos da União Europeia", disse.

Theresa May referiu-se a “uma nova parceria entre iguais” com a União Europeia (UE), mas defendeu que o referendo de 2016 deixou claro que o país não pode continuar “metade dentro, metade fora” da comunidade.

A primeira-ministra revelou também que as duas câmaras do Parlamento britânico vão votar o resultado final do acordo que vier a ser negociado com Bruxelas.

Num discurso de cerca de 40 minutos, May garantiu ainda que o país quer ser "o melhor amigo e vizinho dos parceiros europeus" e reafirma que estão a sair da "União Europeia mas não da Europa".

"Eu quero que o Reino Unido saía deste período de mudança mais forte, justo, mais unido do que nunca. Eu quero que sejamos um país seguro, próspero e tolerante", disse. O discurso de Theresa May era muito aguardado porque se esperava que tornasse mais claras algumas linhas de negociação de Londres no processo de saída da UE.

Em Outubro, a primeira-ministra já tinha manifestado a determinação em retomar o controlo da política de imigração, incluindo dos cidadãos europeus, e acabar com a soberania do Tribunal Europeu de Justiça. No entanto, também mostrou interesse em manter, tanto quanto possível, o acesso dos bens e serviços britânicos ao mercado único, deixando alguma indefinição sobre qual dos interesses iria predominar.

O discurso antecede também a decisão do Supremo Tribunal britânico, que deverá anunciar ainda este mês a decisão sobre se o artigo 50.º do Tratado de Lisboa pode ser activado pelo governo ou se necessita de autorização prévia do Parlamento britânico.