SIRESP quer integrar comunicações militares, como recurso às falhas do sistema civil
24-11-2022 - 16:15
 • Liliana Monteiro

O objetivo é reforçar a resiliência e disponibilidade da rede SIRESP em situações críticas. O grupo de trabalho tem dez dias para apresentar uma proposta.

O presidente da empresa SIRESP vai coordenar grupo de trabalho com missão de reforçar interoperabilidade das redes de comunicações de emergência e segurança civis e as redes de comunicações militares do Estado. O grupo tem dez dias para apresentar o reforço da rede SIRESP.

"Foi constituída uma equipa de trabalho entre os organismos públicos com competências nas áreas das operações de emergência e segurança e das comunicações críticas, conforme despacho conjunto assinado pela ministra da Defesa Nacional, Helena Carreiras, pelo ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro, e pelo secretário de Estado da Digitalização e da Modernização Administrativa, Mário Campolargo", pode ler-se num comunicado emitido pelo Ministério da Defesa.

Pretende-se reforçar a resiliência e disponibilidade da rede SIRESP, fazendo interagir tanto as redes de emergência e segurança civis, como militares. Será o brigadeiro-general Paulo Viegas Nunes a coordenar esta equipa, que será composta por:

  • Secretaria-Geral do Ministério da Defesa Nacional;
  • Secretaria-Geral do Ministério da Administração Interna;
  • Gabinete Nacional de Segurança;
  • Centro Nacional de Cibersegurança;
  • Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil;
  • Estado-Maior-General das Forças Armadas;
  • Guarda Nacional Republicana;
  • Polícia de Segurança Pública.

A missão do grupo de trabalho passa por "apresentar, no prazo de dez dias, um conceito de operações para reforço da resiliência e disponibilidade da operação ininterrupta e redundante da rede SIRESP" e "garantir a interoperabilidade e o funcionamento integrado e seguro das várias redes, salvaguardando a sua especificidade técnica e requisitos funcionais".

Os objetivos incluem, ainda, "explorar sinergias e cooperação em matéria de utilização de redes, sistemas e meios no contexto da Proteção Civil, da Segurança e da Defesa" e "analisar a possibilidade de transferir recursos e meios do SIRESP, atualmente instalados em propriedade privada, para infraestruturas do Estado, garantindo os requisitos de segurança necessários".

Segundo avançava o Público esta quarta-feira, no passado mês de outubro, o SIRESP testou o complemento da rede civil e militar num exercício nos Açores, simulando uma situação em que as comunicações civis eram interrompidas e passando, depois, a ser feitas através de um sistema militar, que, por radiofrequência, reencaminhou a chamada novamente para o terminal do sistema civil.

O jornal revelava ainda uma informação do Ministério da Administração Interna, que dava conta de que este tipo de solução contribuiria para o reforço e disponibilidade da rede SIRESP.

Recorde-se que o mais recente relatório do SIRESP, também ele revelado pelo Público, revelava "riscos muito elevados" nas comunicações e falhas graves na rede de comunicações de emergência nos momentos mais críticos.

A oeradora garante que a segurança e eficácia do SIRESP estão a ser reforçadas.