Universidade do Algarve decreta tolerância zero às praxes
12-09-2016 - 13:05
 • Fátima Casanova

Depois de uma praxe violenta em 2015 ter resultado no internamento de uma aluna, a universidade decidiu impor um regime de tolerância zero às praxes académicas, realizadas dentro e fora do campus da instituição.

A Universidade do Algarve decidiu impor um regime de tolerância zero às praxes académicas, realizadas dentro e fora do campus da instituição. O despacho assinado pelo reitor, e a que a Renascença teve acesso, inclui um conjunto de regras que os alunos devem respeitar. O seu incumprimento é considerado infracção disciplinar.

António Branco quer garantir um acolhimento tranquilo aos novos alunos e, por isso, proibiu qualquer praxe esta semana, de modo a que as matrículas e inscrições “decorram com toda a serenidade e normalidade”.

O reitor determina ainda que nas actividades de praxe se impeça “os novos estudantes de frequentar as aulas” e se force os alunos a participar “em actividades que considerem indignas ou desadequadas à sua expressão individual”.

O despacho proíbe também a promoção de “actividades, fora ou dentro dos ‘campi’ da universidade que lesem o bom nome e imagem da instituição”.

Relativamente ao desfile académico, que “ocupa espaços da cidade de Faro e, assim, interfere com a imagem da Universidade junto dos cidadãos”, o reitor sublinha que é proibido “usar substâncias ou produtos que ofendam a higiene e a saúde, individual e pública, nomeadamente que visem a criação de maus odores e sujidade nos estudantes”.

“Distribuir ou fornecer, a qualquer título, bebidas alcoólicas a estudantes que integrem o cortejo”, está igualmente proibido.

O incumprimento destas regras são considerados infracção disciplinar, pelo que “qualquer reclamação recebida relativamente ao assunto será seriamente averiguada e, em caso disso, dará lugar a um processo disciplinar ou, em última instância, a participação às autoridades judiciais”, lê-se.

No início do passado ano lectivo, uma caloira ficou gravemente ferida e teve de ser internada no hospital na sequência de uma praxe. O caso remonta à noite de 23 de Setembro e foi denunciado pelos pais da aluna de 19 anos. Os novos alunos foram enterrados na areia da praia de Faro e alegadamente obrigados a ingerir álcool.

A Universidade do Algarve decidiu aplicar sanção de advertência escrita a dois alunos envolvidos. De acordo com um comunicado da instituição de ensino superior, depois de concluído o processo disciplinar, o reitor determinou a sanção de advertência escrita averbada nos processos individuais dos estudantes.