PCP e Bloco recusam apoios para a ANA e querem nacionalização da Groundforce
18-03-2021 - 13:31
 • Susana Madureira Martins

Jerónimo de Sousa e Catarina Martins associaram-se à manifestação dos trabalhadores da empresa de gestão e bagagens e passageiros.

Nem pensar – é, em resumo, como o PCP e o Bloco de Esquerda reagem ao anúncio de que a ANA – Aeroportos de Portugal vai pedir ajudas de Estado para compensar as perdas causadas pela pandemia de Covid-19.

“Acho extraordinário que José Luís Arnaut sequer fale”, afirmou Catarina Martins, coordenadora do Bloco, em resposta à entrevista do presidente não executivo da ANA à Renascença e ao jornal "Público" em que anuncia que a empresa irá precisar de recorrer a apoios publico.

“Ele esteve ligado á privatização do setor da aviação em Portugal. Aliás em claro conflito de interesses e portas giratórias saltou de governos de negociação e privatizações para a administração de empresas que privatizou. Isso caberá à justiça investigar a forma como todos estes negócios foram feitos”, lembrou Catarina Martins, à margem de uma manifestação de trabalhadores da Groundforce no aeroporto de Lisboa.

“Basta o que basta. Mesmo em quadros de dificuldades, a ANA andou sempre com os seus dividendos pouco preocupada com a economia portuguesa. A ANA não precisa nada disso, tem tido tanto lucro aqui no nosso país”, respondeu, por seu lado, o secretário-geral do PCP Jerónimo de Sousa

“É preciso que o Estado assuma as suas responsabilidades para com a economia portuguesa, para com os trabalhadores e os seus direitos”, defende o líder comunista.

Quanto à situação da Groundforce, ambos partidos defendem a nacionalização da empresa. “A ausência de respostas e soluções duradouras falam pro si sobre a incapacidade de dar” resposta por parte do acionista privado, afirmou Jerónimo de Sousa.

“Esta é uma empresa lucrativa que tem vindo a ser descapitalizada pelo acionista privado, deve também existir uma investigação sobre essa matéria”, afirma Catarina Martins, para quem é preciso garantir de imediato duas coisas: “Salários para os trabalhadores que estão na linha da frente e protegem o pais todos os dias e que essa solução seja um passo robusto para haver controlo da Groundforce e proteger o conhecimento que temos num setor tão estratégico para o país.”

Para a líder do Bloco, a privatização da Groundforce “foi um erro” que é preciso corrigir. “É uma empresa lucrativa, todos os anos esta empresa podia estar a dar dividendos para o Estado”, diz a líder do Bloco, defendendo “uma solução publica que deve passar também por assacar todas as responsabilidades ao acionista privado”.