​Festival Bons Sons só volta a encher a aldeia de Cem Soldos em 2021
08-05-2020 - 18:14
 • Maria João Costa

Face à decisão do Governo em proibir os festivais de verão até ao final de setembro, o Bons Sons anuncia adiamento para agosto de 2021. Perda estimada de 3,5 milhões de euros

“Adiar um encontro é sempre difícil”, é assim que começa o comunicado em que o Festival Bons Sons anuncia o adiamento da décima primeira edição. O festival que inunda de gente a aldeia de Cem Soldos, em Tomar só terá lugar de 12 a 15 de agosto do próximo ano.

A organização do festival musical diz que recebeu “com tristeza, mas sem surpresa as decisões do Governo que impedem a realização de qualquer festival até 30 de setembro 2020, por razões de saúde pública.” Face à situação de pandemia Covid-19, o Bons Sons diz que acolhe, respeita e compreende a decisão que leva à não realização da edição deste ano do festival.

“Adiar o Bons Sons é deixarmos para depois o aconchego de um lugar singular, vivo e dinâmico, criado por uma aldeia inteira e pelas pessoas que a vêm viver, a cada edição”, explica a organização deste evento que deu uma nova vida à aldeia de Cem Soldos.

Ao longo de 10 edições, e de 13 anos o Bons Sons tem gerado uma convivência entre gentes da aldeia e os que a visitam, vivência essa que nas palavras do festival “implica proximidade”

“Este ano, o contexto impede-nos de viver estes momentos. Agora, estarmos juntos é adiarmos este encontro para daqui a uns meses” explica o Bons Sons aos seus fieis seguidores.

“Há perdas para todos e a vários níveis” aponta a organização. Afetados são “artistas, técnicos, agentes, fornecedores, parceiros e serviços da região, que deixam de beneficiar do impacto socioeconómico e mediático significativo deste festival, estimado em 3,5 milhões de euros, em 2019”.

No comunicado hoje enviado, a organização explica que “a associação cultural que lidera a dinâmica comunitária que cria o Bons Sons - o Sport Club Operário de Cem Soldos - teve de reaprender a manter uma comunidade ativa e a adaptar-se nestes tempos imprevistos, estranhos e muito difíceis”. Na edição de 2021, fica a promessa de “habitar a rua e fazer da rua a casa comum”.