Escolas cortam no número de aulas de História
16-03-2019 - 09:42
 • Renascença

Disciplina tem perdido número de minutos na carga horária de várias escolas para ser substituída por “Cidadania e Desenvolvimento”.

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Uma grande maioria dos estabelecimentos do ensino básico e secundário está a cortar numa aula por semana de História para incluir a disciplina de “Cidadania e Desenvolvimento”.

De acordo com a edição de hoje do semanário Expresso, que cita, um estudo feito pela Associação de Professores de História (APH), “verificou-se uma redução de 45 ou 50 minutos por semana em cada um dos ciclos de ensino”, incluindo o ensino secundário, onde a disciplina tem registado resultados baixos na média dos exames nacionais.

Os dados foram obtidos através de um inquérito enviado pela associação aos professores da disciplina, pedindo que os docentes relatem o que tem acontecido nas suas escolas.

Segundo o semanário, esta é uma consequência da flexibilidade curricular aprovada pelo Governo, que permite que cada agrupamento de escolas possa gerir até 25% do horário, aumentando e diminuindo os tempos letivos das disciplinas, tendo por base as cargas horárias de referência fixadas pela tutela.

Filinto Lima, presidente da Associação de Directores de Agrupamentos e Escolas Públicas considera essencial que matérias tão importantes como a história não sejam prejudicadas, mas admite que há vários pontos de equilíbrio possíveis.

"História é uma disciplina fundamental e importante. Aquilo que eu recomendaria era que as escolas arranjassem um ponte de equilíbrio para que de facto esta disciplina, tal como as outras, não fossem prejudicadas na formação dos nossos alunos", defendeu o presidente da associação que representa os diretores do ensino público à Renascença.

"Eventualmente, na [disciplina de] Cidadania, poderão ser abordados temas de História. E essa disciplina em muitas escolas está a ser entregue ao professor de História. O problema de haver menos carga lectiva semanal dessa disciplina resolve-se em contexto de escola. Devemos todos é encontrar um ponto de equilíbrio para que nenhuma disciplina seja prejudicada", defende Filinto Lima.

(Notícia atualizada às 10h11 com as declarações de Filinto Lima)