Pedrógão Grande. Cuidar dos vivos primeiro, descobrir causas depois
19-06-2017 - 08:00

É fundamental descobrir causas, encontrar respostas para o que nos choca, mas acima de tudo é tempo de cuidar dos vivos, de proteger famílias desfeitas e populações desesperadas.

Perante uma calamidade, o mundo responde. Seja um sobressalto da Natureza ou uma mão criminosa , o mundo responde com a proximidade que a actualidade permite.

Desta vez, o drama aconteceu aqui ao nosso lado, matou os nossos. Desta vez, arderam árvores, arbustos, mata, mas acima de tudo desapareceram pessoas e aldeias de uma forma devastadora. Todos vivemos a angústia de saber que o número de vítimas aumentava quase de hora a hora, num total nunca visto, neste país, num fim-de-semana em que estava dado o alerta do perigo.

É fundamental descobrir causas, encontrar respostas para o que nos choca, mas acima de tudo é tempo de cuidar dos vivos, de proteger famílias desfeitas, populações desesperadas; é tempo de pensar em todos aqueles que dão as suas vidas pelos outros, seja no meio da fúria do fogo, seja nos hospitais, onde todos são fundamentais. É tempo de cuidar da informação que fazemos e consumimos, neste equilíbrio tão difícil entre o espectáculo mediático e o respeito absoluto por quem sofre.

Temos pela frente, meses de calor intenso. Por esta razão e por todas as outras, é tempo de perceber de uma vez por todas que no combate aos incêndios jogamos o nosso futuro, num país que arde, todos os anos, perante a impotência de tantos... o nosso luto torna pública a nossa comunhão com as vítimas, mas é igualmente sinal de uma imensa gratidão para com todos os que estão no terreno, os bombeiros, as autoridades, as populações para quem a vida tem de continuar...