Arranca esta quarta-feira a 85.ª edição da Volta a Portugal, numa extensão de 1.540 quilómetros que liga Águeda a Viseu, até 4 de agosto.
Minho carregado, Interior representado quase em linha reta, uma passagem fugaz pelos arredores do Porto, uma etapa a chegar a Lisboa e nem uma pedalada a sul de Santarém e Portalegre. É uma Volta a Portugal por somente 13 dos 18 distritos do país: ficam de fora a centrista Leiria e - porque o traçado parece nada querer ter a ver com Baixo Alentejo e Algarve - os sulistas Setúbal, Évora, Beja e Faro.
Mas será que, pela tardinha, lhe chegarão pela janela os sons das correias a girar e do encorajamento do público? Se for à varanda, avistará o enxame de capacetes do pelotão? Veja em baixo e descubra.
24 de julho, Prólogo: Águeda-Águeda (5,6 km)
A 85.ª Volta a Portugal arranca na "Capital da Bicicleta". São quase seis quilómetros em contrarrelógio, para celebrar mais uma edição do maior evento do calendário velocipédico nacional e coroar o primeiro camisola amarela da prova.
25 de julho, Etapa 1: Anadia, Sangalhos - Miranda do Corvo, Observatório Vila Nova (158,2 km)
A primeira etapa em linha parte de Anadia e passa por Cantanhede, Montemor-o-Velho e Condeixa-a-Nova, antes de uma escalada de segunda categoria no Senhor da Serra. Quem se fie no perfil relativamente plano dos primeiros 150 quilómetros da tirada terá uma surpresa nos últimos oito, com a chegada em alto ao Observatório do Vila Nova (um regresso ao traçado), um prémio de montanha de primeira categoria.
26 julho, Etapa 2: Santarém - Lisboa, Marvila (164 km)
O primeiro dia talhado para os "sprinters" - chegada em plano a Marvila - começa em Santarém e passa por Cartaxo, Almeirim e Vila Franca de Xira, num percurso que celebra os 50 anos do 25 de Abril. Mais concretamente, evoca a memória de Salgueiro Maia, que liderou a coluna militar que ligou, qual pelotão de ciclistas, Santarém a Lisboa, em 1974.
27 julho, Etapa 3: Crato - Covilhã, Torre (161,2 km)
Eis a subida à Torre, uma das mais icónicas chegadas da Volta a Portugal. E das mais duras: o pelotão parte do Crato (estreia) e, depois dos prémios de montanha de terceira de categoria nas serras de S. Miguel, Olelas e Gardunha, além das passagens por Castelo Branco e Fundão, terá de trepar 20,3 quilómetros de uma contagem de categoria especial (a mais difícil de todas) até ao ponto mais alto de Portugal Continental. Alguns dos candidatos à vitória final podem ficar fora da corrida logo à terceira etapa.
28 julho, Etapa 4: Sabugal - Guarda (164,5 km)
O segundo de um par de dias complicado e que pode abrir brechas na geral inicia-se no Sabugal e termina com nova chegada em alto. Quatro prémios de montanha, um deles de nível 2 e os outros de nível 3 - um deles até à meta no empedrado da Guarda. Pelo meio, um percurso que inclui visitas a Sortelha, Penamacor, Belmonte, Famalicão da Serra e Meios.
30 julho, Etapa 5: Penedono - Bragança (176,8 km)
Após o dia de descanso, o pelotão voltará à estrada em Penedono (mais uma estreia), para a segunda metade da Volta a Portugal. Até à chegada a Bragança, que desafiará os "sprinters" a brilhar, a quinta etapa serpenteará por Mêda, Serra de Bornes, Macedo de Cavaleiros e Cabeço de Santa Engrácia.
31 julho, Etapa 6: Bragança - Boticas (169,1 km)
Volta a montanha na etapa 6, com cinco contagens de montanha: quatro de nível 3 e, a 17 quilómetros da meta, uma de primeira categoria em Torneiros, que ameaça partir o pelotão. São muitos altos e baixos, a passar pelas serras da Nogueira e da Padrela, e por Valpaços, Argemil, Vidago, Pinho e, no final, em descida, Boticas. Terreno fértil para fugas.
1 agosto, Etapa 7: Felgueiras - Paredes (160,4 km)
Agosto entra de rompante na Volta com uma etapa que começa calminha e termina bem "rasgadinha": depois de 120 quilómetros com um só prémio de montanha, de terceira categoria, há três (um de nível 2 e dois de nível 4) enlatados nos últimos 40 quilómetros. Ainda assim, o final em Paredes - após o início em Felgueiras e as passagens por Marco de Canaveses, S. Sebastião de Penha Longa, Gandra, Lordelo, Vandoma, Cête e Baltar - é talhado para os "sprinters".
2 agosto, Etapa 8: Viana do Castelo - Fafe (182,4 km)
Arranca em Viana do Castelo a etapa mais longa desta Volta a Portugal. O percurso de 182,4 quilómetros, que passa por Valença, Extremo, Ponte da Barca, Portela do Vade, Geraz do Minho, Póvoa de Lanhoso e Golães, tem duas ascensões de terceira de categoria e outras duas de quarto nível. A última chega a somente cinco quilómetros da meta em Fafe, o que pode complicar o trabalho dos mais velozes.
3 agosto, Etapa 9: Maia - Mondim de Basto, Sr.ª da Graça (170,8 km)
A última etapa em linha é, também, uma das mais icónicas e entusiasmantes. O décimo dia da Volta a Portugal, que parte da Maia e passa por Paredes, Amarante, Marão, Velão, Barreiro e Mondim de Basto, promete muita ação. Uma escalada de nível 4 e três de primeira categoria, a última das quais na mítica subida à Senhora da Graça, permitem que os candidatos à camisola amarela - especialmente aqueles que sejam menos talhados para o formato da derradeira tirada - saquem do último trunfo que ainda guardavam na manga.
4 agosto, Etapa 10 (CRI): Viseu - Viseu (26,6 km)
A Cidade Europeia do Desporto recebe o contrarrelógio individual final. Ao fim de 27 quilómetros, que ainda poderão ser decisivos para as contas do geral, conhecer-se-á o nome do vencedor da 85.ª edição da Volta a Portugal.