Covid-19: Hospitais de Loures e Amadora "com uma pressão muito grande"
08-10-2020 - 18:00
 • Lusa

O alerta é lançado pelo presidente da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo.

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Os hospitais Beatriz Ângelo, em Loures, e Fernando Fonseca (Amadora-Sintra) “estão com uma pressão muito grande”, admitiu esta quinta-feira o presidente da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, Luís Pisco, em declarações à agência Lusa.

O Beatriz Ângelo “está numa zona onde os números de covid são muito grandes”, e tem estado a receber “mais de 140 doentes por dia” na sua área dedicada a casos de contágio pelo novo coronavírus, indicou.

No dia em que se registou o segundo maior número de novos casos desde abril em todo o país (1.278), Luís Pisco antecipou que possam haver “dias mais complicados” na próxima semana, em que se prevê que a ARSLVT tenha a funcionar uma “coordenação centralizada dos casos para internamento e cuidados intensivos”, distribuindo-os pelas unidades com camas disponíveis para que nenhuma fique assoberbada.

No caso do Beatriz Ângelo e dos outros hospitais da área da ARSLVT, “sempre que é necessário têm sido encaminhados doentes” para outras unidades de retaguarda.

“As urgências não fecham, embora possam estar com mais dificuldades em cuidados intensivos e internamento, porque há muito mais do que covid”, apontou.


Luís Pisco salientou que “não há tantas camas para covid como já chegou a haver em abril porque os hospitais estão a tentar manter a atividade programada”, ao contrário do que aconteceu então, e “as camas não esticam”.

“Temos 6.330 camas médicas e cirúrgicas e ainda podemos abrir mais”, referiu.

De acordo com o boletim epidemiológico da Direção-Geral da Saúde hoje divulgado, em Lisboa e Vale do Tejo registam-se mais 482 casos de infeção do que na quarta-feira, num total de 41.707.

A DGS indica ainda que das 10 mortes registadas no país nas últimas 24 horas, três ocorreram na região de Lisboa e Vale do Tejo.

Portugal regista mais dez mortes e 1.278 casos de Covid-19 nas últimas 24 horas, indica o boletim epidemiológico divulgado esta quinta-feira da Direção-Geral da Saúde (DGS).

É o segundo dia com maior número de novas infeções desde a chegada da pandemia ao país. Já tinha sido registados 1.516 casos positivos, a 10 de abril, mas esse número deveu-se à inclusão de notificações de dias anteriores.


Depois de estes números serem conhecidos, a ministra de Estado e da Presidência, Mariana Vieira da Silva, disse que o Governo vai reavaliar a necessidade de novas medidas.

“Para a semana é o momento de rever o conjunto de regras que aplicamos e que revemos quinzenalmente e os números que estamos a conhecer neste momento são os números que tínhamos previsto até que acontecessem já há alguns dias”, disse em declarações aos jornalistas à margem do Conselho de Ministros.

É nesse quadro de avaliação da evolução que a pandemia tem tido nas últimas semanas que, de acordo com Mariana Vieira da Silva, na próxima semana o Governo vai tomar as decisões necessárias, explicando que neste momento não tem condições de as antecipar uma vez que é preciso fazer avaliações.

“A disponibilidade de revisão das medidas é total”, garantiu.

Em entrevista à Renascença, o presidente da Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares (APAH) alerta que, numa segunda vaga da Covid-19, serão os doentes não Covid outra vez a ficar desprovidos de assistência médica.

“Esta resposta à Covid-19 e a esta nova segunda vaga vai condicionar a resposta aos doentes não Covid”, diz Alexandre Lourenço, em entrevista à Renascença.

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