Debate do Estado da Nação no Parlamento:
- PSD e Governo em guerra de colapsos
- Costa muito apreensivo com a evolução da PT nas mãos da Altice
- Pedrógão vai receber Unidade de Missão e Valorização do Interior
- Costa apresenta na quinta-feira novos nomes do Governo a Marcelo
- Costa: "Obviamente, não demito nenhum ministro"
O presidente do PSD disse esta quarta-feira que “caiu a máscara do fim da austeridade”, acusando o Governo e os partidos que o apoiam de terem, apesar da retórica e das críticas ao anterior Executivo, cortado em várias áreas, incluindo na educação, na saúde e na segurança interna.
“Poupem-nos, por favor, ao estafado exercício de faz de conta destes dois anos. Assumam com transparência as opções para as contas públicas”, afirmou Passos Coelho no debate do Estado da Nação, no Parlamento.
O líder do PSD começou o seu discurso reconhecendo as melhorias dos indicadores económicos, mas disse que isso se devia à continuidade dos esforços levados a cabo pelo seu próprio Governo. “Não é milagre que neste Governo o défice tenha passado de 3% para 2% do PIB”, disse, depois de no Governo anterior se ter passado de quase 11% para pouco mais de 3%, afirmou.
Passos foi mais longe e disse que, se não fosse a solução política à esquerda que permitiu ao PS formar Governo, as melhorias económicas teriam acontecido mais cedo.
Pedro Passos Coelho voltou a falar do célebre "plano B", defendendo que tinha sido necessário recorrer a ele a meio do ano, recorrendo a cativações e cortes no investimento público “como nunca se viu”.
O líder do PSD pediu ao Governo que abandone uma “estratégia do inimigo externo e de desresponsabilização e passa-culpas. A culpa nunca é vossa. Ou é minha, que já não governo há dois anos, ou é do mundo inteiro. Mas essa infantilização da política não se coaduna com a responsabilidade que agora têm de governar o país”.
Um Governo "para as coisas boas"
Passos Coelho comentou depois os dois grandes casos do último mês (o incêndio de Pedrógão Grande e o furto de armas de guerra em Tancos), acusando o Governo de se esconder do país nas alturas más.
“O Governo só existe para as coisas boas. O que só existe para os momentos bons não é necessário. Se metade do Governo não aparece nos momentos dramáticos, falta Governo nos momentos em que é mais preciso. Nestas semanas, o Governo não existiu para o que era mais importante, mas isso não preocupa o Governo nem a minoria", atacou.
Na sua resposta a esta intervenção, João Galamba acusou Passos Coelho de se estar a aproveitar de duas tragédias para marcar pontos políticos.
O líder do PSD acabou a sua intervenção neste debate sobre o Estado da Nação, dizendo que Portugal precisa de "mais". “Ficar à espera de melhores ventos não chega. Precisamos, como país, de muito mais”.