Setembro, o risco de somar crise à crise
13-09-2020 - 18:08

Nuno Botelho, Nuno Garoupa e José Pedro Teixeira Fernandes na análise da actualidade.

A partir de segunda-feira, as escolas públicas podem começar a abrir portas para voltar a receber os alunos do 1.º ao 12.º ano e retomar as aulas presenciais que a pandemia obrigou a suspender em meados de março.

No novo ano letivo, professores, estudantes e funcionários vão viver uma escola diferente, em relação aos anos anteriores, com um conjunto de regras e normas de funcionamento aplicadas para ajudar a manter a escola aberta o máximo tempo possível.

Ao contrário do que aconteceu em março, quando todas as escolas foram encerradas para conter a propagação do novo coronavírus, o ensino presencial vai ser a regra e o encerramento uma medida de último recurso, tomada apenas em situações de "elevado risco", segundo a Direção-Geral da Saúde.

Se este é o cenário nas escolas públicas para amanhã, 24 horas depois, já na terça-feira, entram em vigor as novas regras para a situação de contingência em Portugal até 30 de setembro, determinando, entre outros pontos, um limite de dez pessoas em aglomerações e quatro pessoas nos restaurantes, cafés e pastelarias até 300 metros de escolas ou universidades.

Nesta declaração da situação de contingência, no âmbito da pandemia do novo coronavírus, o Governo reconhece que "a realidade vivida em Portugal justifica a adoção de medidas mais restritivas do que aquelas que têm vindo a ser tomadas nas semanas que antecedem".

Mas muitas regras chegam tarde demais quando o aumento do número de casos da Covid19 voltou a estar na ordem das seis centenas/dia, como em abril? Como vai ser o teste da reabertura das escolas agora que o governo diz ter uma linha vermelha – ‘não se pode fechar de novo a economia’? A grande pausa da primavera dizimou a economia e vai agora danificar a política?

A análise é de Nuno Garoupa, professor da GMU Scalia Law, Universidade de Arlington, Virginia, Nuno Botelho, jurista e presidente da ACP-Câmara de Comércio e Indústria do Porto e José Pedro Teixeira Fernandes, professor do ensino superior e especialista em geopolítica a olharem também para as eleições presidenciais em Portugal e nos Estados Unidos.