Cáritas Internacional pede ação humanitária urgente para o Afeganistão
30-12-2021 - 08:04
 • Olímpia Mairos

Segundo a confederação internacional da Cáritas, há crianças e idosos a morrer à fome e, se não se agir de imediato, a situação tende a agravar-se.

A Cáritas Internationalis exorta a comunidade internacional para que promova uma resposta humanitária urgente para fazer face ao sofrimento da população no Afeganistão.

Em comunicado, a confederação internacional da Cáritas “pede aos decisores para que tomem todas as medidas necessárias para garantir o acesso humanitário à população necessitada, acesso que não pode ser obtido a menos que todos os membros do Conselho de Segurança falem com uma só voz no apoio às necessidades humanitárias votando por esta exceção”.

Segundo a instituição da Igreja, o Afeganistão “atravessa a pior crise humanitária dos nossos dias” na sequência de “duas décadas de guerra prolongada e violência, do impacto das mudanças climáticas e do efeito da Covid-19, agravado pela agitação política”.

“Em 2021, a violência intensificou-se e espalhou-se por todo o país, forçando cerca de 650.000 afegãos a deixarem os seus campos e as suas cidades. O impacto do conflito sobre as mulheres e as meninas tem sido particularmente devastador – 80% de todos os deslocados à força no Afeganistão são mulheres e crianças”, denuncia a Cáritas.

O organismo da Igreja Católica refere ainda que “o caos que se vive atualmente conduziu a população afegã a uma das piores situações humanitárias que levaram a uma grande crise humanitária”.

“Hoje, milhões de vidas estão em perigo, e a sua mera sobrevivência está em jogo. Crianças e idosos estão a morrer de fome”, alerta a Cáritas, temendo que “a dura temporada de inverno que se aproxima”, coloque em “risco terrível a vida de milhões de afegãos”.

“Se não se agir agora, há um risco real de fome no próximo ano. Mais de um milhão de crianças correm o risco de morrer”, alerta.

A confederação internacional da Cáritas, que congrega 162 organizações da Cáritas, está a garantir apoio humanitário à população afegã e “está altamente preocupada com a situação atual, especialmente com as crianças inocentes, cujas vidas estão em perigo”, lê-se no comunicado.