Piratas informáticos roubaram milhões de dados em Portugal. “É provavelmente a maior fuga de informação pessoal de que há memória” no país, escreve a revista “Sábado”.
Uma investigação divulgada esta quinta-feira revela que estão a circular na Internet em duas “gigantescas listas” com endereços de emails e respectivas passwords de funcionários públicos, quadros de bancos, empresas do PSI-20, hospitais, transportadoras e clubes de futebol.
As listas incluem ainda dados de funcionários de entidades pertencentes a áreas sensíveis da administração pública, como de ministérios, Forças Armadas, Parlamento e juízes.
As informações, diz a revista, terão sido recolhidas “nos últimos anos” em ataques a redes sociais e outros sites que impliquem um registo com um email e uma password.
A Polícia Judiciária, confrontada com os resultados da investigação, decidiu abrir um inquérito para apurar o que está em causa.
Caso preocupante que deve ser encarado com serenidade
Para o especialista em segurança Rodrigo Adão da Fonseca a divulgação desta lista deve ser factor de preocupação para a instituições envolvidas.
"É um caso preocupante, mas que devemos encarar com serenidade no sentido de termos, nas nossas organizações, as melhores práticas para garantir que estas acções se tornem pouco eficientes", defende o especialista, ouvido pela Renascença.
Recusando uma origem centralizada deste ataque mas sim a exploração "de várias falhas", "descentralizada", onde os dados são roubados para que depois "a comunidade hacker se dedique a catalogar, em colaboração, a informação recolhida", o especialista deixa algumas recomendações para evitar que este roubo de dados possa interferir na vida das organizações, entre as quais a mudança regular de password, bem como cuidados acrescidos quando se acede à internet em redes públicas - tendencialmente mais vulneráveis.