OE 2023. Investimento para expansão de redes de metro ascende a 1.900 milhões
10-10-2022 - 18:49
 • Lusa

O valor apresentado no Orçamento do Estado para 2023 supera aquele indiciado no documento de 2022, que rondava os 1.700 milhões de euros. O investimento será canalizado, sobretudo, para a expansão das redes de metro do Porto e Lisboa e do metrobus no Mondêgo.

O Governo estima que o investimento na expansão das redes de metropolitano ascenda a cerca de 1.900 milhões de euros, dos quais 653 milhões de euros em 2023, segundo o relatório da proposta de Orçamento do Estado (OE2023), hoje entregue.

Este investimento previsto para os próximos anos nas redes de metropolitano é superior àquele que constava na proposta de orçamento para 2022, que se situava em 1.700 milhões de euros.

“O investimento previsto para os próximos anos nas redes de metropolitano visa a sua expansão, flexibilidade e capacidade de resposta adequadas às modernas necessidades de mobilidade urbana, num investimento global que ascenderá a cerca de 1.900 milhões de euros, dos quais 653 milhões de euros em 2023”, lê-se no documento.

Em relação ao Metropolitano de Lisboa, encontram-se em execução as empreitadas de expansão e modernização da rede, centrada na criação de uma linha circular “capaz de reduzir os tempos de transbordo e de se estender a zonas da cidade que beneficiarão da abertura de duas novas estações - Estrela e Santos -, e no prolongamento da estação do Rato (linha amarela) até à estação Cais do Sodré (linha verde), conferindo-lhe uma acessibilidade reforçada”.

Está ainda previsto o prolongamento da linha vermelha, entre São Sebastião e Alcântara, com quatro novas estações: Amoreiras, Campo de Ourique, Infante Santo e Alcântara.

À semelhança do OE2022, volta a estar inscrito no documento um aumento da frota de 20%, com mais 14 unidades triplas, que inclui também a aquisição de um novo sistema de sinalização ferroviária, prevendo-se entregas faseadas do material até 2025, no Metropolitano de Lisboa.

Quanto ao Metro do Porto, será criada a nova linha Casa da Música-São Bento (linha rosa) e expandida a linha amarela (até Vila d’Este), visando “responder à crescente procura, e com vista a promover o desenvolvimento económico local e a coesão social e territorial”, refere o documento.

No total, serão criadas sete estações ao longo dos novos seis quilómetros de linha, estando, igualmente, prevista a execução da linha Casa da Música-Santo Ovídio, que pressupõe ainda a construção de uma nova ponte sobre o Douro, que fará a ligação entre o Campo Alegre e o Candal.

Encontram-se ainda em curso projetos que visam soluções como "o ‘bus rapid transit’ entre a Boavista e a Praça do Império — elemento adicional de interface com o metro, operado por veículos de elevado desempenho ambiental”, segundo o documento.

Em relação ao sistema de mobilidade do Mondego, que constitui um elemento de integração e de reordenamento territorial do espaço em três concelhos, contará com uma frota de 40 autocarros elétricos.

A solução de metrobus elétrico aproveitará o investimento em infraestruturas feito anteriormente e é constituída por troços urbanos e um troço suburbano, Serpins-Alto de S. João.

Quanto ao Metro do Porto, o reforço previsto visa servir a nova linha entre S. Bento e a Casa da Música, a linha rosa, bem como o prolongamento da linha amarela a sul, entre Santo Ovídio e Vila d’Este, em Vila Nova de Gaia, totalizando um investimento previsto, em 2022, de mais de 20 milhões de euros.

O Governo entregou hoje no parlamento a proposta de Orçamento do Estado para 2023, que prevê que a economia portuguesa cresça 1,9% em 2023 e registe um défice orçamental de 0,9% do Produto Interno Bruto.

O ministro das Finanças, Fernando Medina, afirmou que a proposta reforça os rendimentos, promove o investimento e mantém o compromisso com finanças públicas sãs num ambiente externo adverso de guerra na Europa e escalada da inflação.

O Governo visa reduzir o peso da dívida pública de 115% do PIB para 110,8% em 2023 e projeta que a inflação desacelere de 7,4% em 2022 para 4% no próximo ano.

A proposta vai ser debatida na generalidade no parlamento nos dias 26 e 27, estando a votação final global do diploma marcada para 25 de novembro.