O cais construído pelos militares dos EUA para levar ajuda humanitária a Gaza será reinstalado na quarta-feira para ser usado durante vários dias, mas depois o plano é retirá-lo permanentemente, informaram as autoridades norte-americanas.
Esta decisão constitui o golpe final num projeto que foi dificultado pelo mau tempo, incertezas de segurança e dificuldades em levar alimentos a palestinianos.
As autoridades norte-americanas explicaram que o objetivo é reunir toda a ajuda acumulada em Chipre e na doca flutuante no mar e levá-la para a área segura na praia de Gaza.
Após essa fase, o Exército dos EUA desmontará o cais e abandonará a zona.
Os EUA esperavam que o cais proporcionasse um fluxo crítico de ajuda aos habitantes de Gaza, à medida que a guerra contra o grupo islamita se arrastava.
Contudo, embora mais de 8,6 mil toneladas de alimentos tenham chegado a Gaza através do cais, o projeto tem sido prejudicado por mares agitados persistentes e entregas paralisadas devido a ameaças contínuas à segurança.
A decisão dos EUA acontece quando as tropas israelitas iniciam mais uma investida na cidade de Gaza, o que o Hamas diz que pode ameaçar as negociações sobre um cessar-fogo e a libertação de reféns.
As tropas dos EUA removeram o cais em 28 de junho devido ao mau tempo e transferiram-no para o porto de Ashdod, em Israel.
Contudo, a distribuição da ajuda já tinha sido interrompida devido a questões de segurança.
As Nações Unidas suspenderam as entregas a partir do cais em 09 de junho, um dia depois de os militares israelitas terem usado a área em redor para transporte aéreo, após um resgate de reféns que matou mais de 270 palestinianos.
A ajuda transportada através do cais para a área segura na praia acumulou-se durante dias, enquanto continuavam as negociações entre a ONU e Israel.
Mais recentemente, o Programa Alimentar Mundial contratou um empreiteiro para transportar a ajuda da praia, procurando evitar que os alimentos se estragassem.
O Pentágono sempre insistiu que o cais era apenas um projeto temporário, concebido para incitar Israel a abrir e permitir que a ajuda fluísse melhor através de rotas terrestres.
O cais foi danificado por ventos fortes e mar agitado no dia 25 de maio, pouco mais de uma semana após o início das operações, e foi removido para reparos.
O cais tinha sido reativado em 07 de junho, mas logo a seguir foi de novo removido, devido ao mau tempo em 14 de junho, que acabaram por obrigar à sua remoção, em 28 de junho.