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Os portugueses em França esperam uma grande prestação da Selecção Nacional de futebol, que permita também reforçar a imagem da comunidade portuguesa neste país, afirma à Renascença o português Hermano Sanches Ruivo, conselheiro eleito na Câmara de Paris.
“A selecção portuguesa, ao jogar em França, é mais do que um jogo de futebol. Queremos ver também nesses jogos e nessas possíveis vitórias uma forma de afirmarmos as nossas origens”, diz.
“Sobretudo uma vitória sobre a equipa francesa teria um simbolismo dos mais fortes”, acrescenta. E vai mais longe: neste campeonato da Europa, “a selecção portuguesa, além da francesa, é a única a jogar em casa”.
Por isso, está garantido o empenho da comunidade no apoio à Selecção Nacional, que não é melindrado pela polémica campanha em que se fala de 11 milhões de portugueses, esquecendo os emigrantes. Sanches Ruivo até diz que Portugal pode reclamar o apoio de 23 milhões: os 11 milhões que vivem em Portugal, os cinco milhões de emigrantes espalhados pelo mundo e mais sete milhões de descendentes.
Para mostrar uma parte desse apoio, na quinta-feira, às 18h30, haverá um treino aberto, mas sob convite, por razões de segurança. Sanches Ruivo explica que os convites foram divididos pela comunidade portuguesa. As associações de emigrantes e lusodescendentes preparam-se para levar muitos jovens e adolescentes.
"Risco zero" é impossível
Quanto à segurança, Sanches Ruivo reconhece que não há “risco zero”, mas acredita que com a participação de todos é possível reduzir o risco. “Paris sabe que sofre essa pressão do terrorismo, temos de aprender a viver com isso”, diz este português com responsabilidades associativas e políticas.
“Sabemos que o Euro 2016 trará mais milhões de pessoas para Paris, estamos muito conscientes que não há um risco zero – é impossível – e, portanto, até apelamos à população a participar nessa vigilância. Sabemos que é algo que pode acontecer, fazemos tudo para que não aconteça. É assim no dia-a-dia e também nesse evento mais específico que é o campeonato de futebol”, continua Sanches Ruivo, que também espera ver neste campeonato “a imagem do que a Europa devia ser”.