Francisco pede amnistia para os presos e diz que "todos podemos errar"
06-11-2016 - 11:17

Na homilia da missa do Jubileu dos Reclusos, o Papa dirigiu-se aos actuais e antigos reclusos, de 12 países, incluindo de Portugal, presentes na Basílica de São Pedro, em Roma.

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O Papa Francisco pediu este domingo que não se aponte apenas o erro, mas sim a possibilidade do perdão.

Na homilia da missa do Jubileu dos Reclusos, o Papa dirigiu-se aos actuais e antigos reclusos, de 12 países, incluindo de Portugal, presentes na Basílica de São Pedro, em Roma.

“Queridos reclusos, é o dia do vosso jubileu. Que hoje, diante do Senhor, se reacenda a vossa esperança. Às vezes, uma certa hipocrisia impe a ver em vós apenas pessoas que erraram, para quem a única estrada é o cárcere”, disse Francisco.

“Cada vez que entro numa prisão pergunto-me: porquê eles e não eu? Todos temos a possibilidade de errar”, sublinhou.

O Papa falou deste assunto também depois da oração do Angelus. Defendeu melhores condições de vida nas prisões, “para que a dignidade humana dos detidos seja plenamente respeitada”.

Francisco apela a uma justiça penal “que não seja exclusivamente punitiva, mas aberta à esperança e à perspectiva de reinserção do réu na sociedade”, e fez um pedido de amnistia aos governos.

“De modo especial, submeto à consideração das autoridades civis competentes a possibilidade de se cumprir neste ano santo da misericórdia um acto de clemência para com os detidos que se considerem idóneos para beneficiar de tal medida”, apelou o Bispo de Roma.

O Papa recordou ainda a entrada em vigor do Acordo de Paris, sobre as alterações climáticas, um passo em frente que mostra que a humanidade tem a capacidade de colaborar para a salvaguarda da criação, para colocar a economia ao serviço das pessoas para construir a paz e a justiça.

O Jubileu dos Reclusos decorre este fim-de-semana no Vaticano, uma iniciativa no âmbito do Jubileu da Misericórdia que termina neste mês de Novembro.

A delegação portuguesa inclui um preso do Estabelecimento Prisional de Custóias, em Matosinhos, e dois ex-reclusos.

Esta iniciativa tem um grande significado para os presos, já que sentem muita “estima e admiração” por Francisco, “pelo modo como o Papa tem falado tantas vezes dos presos e para os presos", diz à Renascença o padre João Gonçalves, coordenador da Pastoral Penitenciária.

[notícia actualizada às 11h57]