Antram não se vai reunir com grevistas na quinta-feira
14-08-2019 - 23:01
 • Filipe d'Avillez

Pedro Polónio explicou que não estão reunidas as condições para os empregadores se encontrarem com os grevistas na quinta-feira, rejeitando assim o desafio feito esta quarta-feira por Pardal Henriques.

A Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias (Antram) não vai marcar presença na reunião de quinta-feira proposta esta quarta-feira pelo Sindicato Independente dos Motoristas de Matérias Perigosas, que se encontra em greve.

Falando à saída de uma reunião com a Fectrans, no Ministério das Infraestruturas, que terminou com um acordo que garante um aumento de pelo menos 120 euros por mês para os motoristas, Pedro Polónio, da Antram, disse que não estão reunidas as condições para a associação de empregadores irem à reunião, rejeitando assim o desafio feito esta quarta-feira à tarde por Pedro Pardal Henriques.

"Nós reunimo-nos com quem quer negociar de forma franca e transparente e que reflita a verdade do que ficou escrito. Essas condições não estão reunidas com os sindicatos em greve", disse Pedro Polónio.

"Não reunimos com uma espada sob a cabeça. Não podemos negociar dessa forma. Com quem não se coloca dessa forma negociamos, de forma franca, como hoje aconteceu", disse, referindo-se sempre em termos elogiosos à Fectrans.

Questionado sobre se a Antram tencionava vencer esta greve pela exaustão, esperando que os próprios camionistas que aderiram à paralisação terminem com ela, Pedro Polónio recusou qualquer linguagem que promova uma clivagem entre trabalhadores e empregadores. "Não se trata de exaustão. Estamos todos exaustos, mas não coloquem as coisas dessa forma. Não vamos separar trabalhadores de empregadores. Precisamos todos uns dos outros. A Antram tem sido acusada de faltar ao que assinou, isso não é verdade. A abordagem de Pardal Henriques não é a mais correta e está a gerar uma clivagem entre trabalhadores e empregadores, nós não vamos cavalgar essa clivagem. Queremos os trabalhadores do nosso lado. O que se está a passar não é aceitável, não está baseado em factos. Estamos a dar de facto o que podemos dar, estamos preocupados em melhorar as condições de trabalho."

Pedro Polónio recusou ainda qualquer acusação de que os empregadores estão a ser intransigentes. "Se hoje conseguimos chegar a este acordo com um sindicato da CGTP, como é que nos podem acusar de ser intransigentes?", perguntou.