Novo diretor nacional da PSP sobre o caso da Amadora. “No vídeo vejo um polícia a cumprir as normas"
03-02-2020 - 21:21
 • Ana Carrilho , com redação

Superintendente Manuel Magina da Silva tomou posse esta segunda-feira. Exige que os polícias "respeitem os direitos, liberdades e garantias" e promete "defender os bons agentes e que, muitas vezes, ​são injustamente atacados na praça pública".

O novo director nacional da PSP considera que o agente acusado de agredir uma mulher na Amadora só cumpriu os regulamentos, segundo o que é possível ver num vídeo. Manuel Magina da Silva diz que o que se passou depois será esclarecido em sede de processo-crime e disciplinar.

Após a tomada de posse, na presença do primeiro-ministro e ministro da Administração Interna, Manuel Magina da Silva considera que é isso que lhe mostra o vídeo. No entanto, admite que é preciso aguardar pela conclusão do processo que está a ser conduzido pela Inspeção-Geral da Administração Interna (IGAI).

“No vídeo vejo um polícia a cumprir as suas obrigações e as normas em vigor na PSP. Volto a salientar: o que vi no vídeo. Há uma atuação legal e legítima de um agente da autoridade, há uma resistência a uma condução para identificação e há, efetivamente, uma ação de resistência ativa contra o agente que decide proceder à detenção. O que se passou depois, que não está documento no vídeo, será devidamente esclarecido no processo-crime e no processo disciplinar que está a decorrer na IGAI”, afirma o novo diretor nacional da PSP.

Manuel Magina da Silva diz concordar com o ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, que frisou que os polícias têm que cumprir a lei e respeitar os direitos fundamentais, sem extremismo.

O superintendente diz que isso vai acontecer, mas também a defesa dos "bons polícias, muitas vezes injustamente acusados na praça pública".

“Vamos exigir que os polícias cumpram com a lei, que respeitem os direitos, liberdades e garantias, que não tenham comportamentos discriminatórios e extremismos de qualquer tipo, mas também vamos defender os bons polícias e que, muitas vezes, são injustamente atacados na praça pública, quando apenas cumpriram as suas funções e os regulamentos em vigor”, sublinha.

Numa altura de contestação dos polícias, que têm feito diversas manifestações a ameaçam com mais, o novo diretor nacional pretende manter contactos periódicos e regulares com os sindicatos para que ambas as partes saibam o que se passa.

“A contestação social ou, eventualmente, a expressão de alguma insatisfação relativamente a categorias profissionais em que os polícias estão incluídos faz parte das regras do jogo da democracia, mas acredito que os sindicatos da polícia serão parceiros para trilharmos todos juntos o caminho certo”, declarou o superintendente Manuel Magina da Silva.

Um dos motivos de contestação dos operacionais da PSP é a falta de meios e condições de trabalho, mas também de novos elementos que possam rejuvenescer a corporação.

No discurso que fez na tomada de posse, o ministro Eduardo Cabrita anunciou que o Orçamento de Estado tem verba para a contratação de mais mil agentes, que deverão iniciar o curso ainda em 2020. Magina da Silva afirma que “os recursos nunca são suficientes”, mas considera que é um número "muito interessante".

Ainda assim, Magina da Silva considera que a PSP tem meios para cumprir a sua missão. Mas admite que a situação das viaturas é "critica", a taxa de inoperacionalidade é muito elevada e é algo que terá de ser resolvido, com a tutela.