"Claques defendem Bruno de Carvalho". Dias da Cunha ao lado de Varandas
25-10-2019 - 12:45
 • Rui Viegas

Último presidente campeão em Alvalade considera que grupos organizados admiram Bruno de Carvalho, o que também justifica os comportamentos recentes. Dias da Cunha visa ainda os que se perfilam para a sucessão de Frederico Varandas.

António Dias da Cunha considera que Frederico Varandas fez bem em cortar os benefícios às claques.

Em declarações a Bola Branca, o ex-presidente do Sporting, entre 2000 e 2006, aplaude a decisão tomada pela actual direção, numa altura em que Varandas e seus pares mantêm uma desavença com "Juventude Leonina" e "Directivo Ultras XXI", em particular.

"Têm sido um problema sério. Eu acho que ele o resolveu muito bem, com a decisão que tomou. No meu tempo, passámos a dialogar regularmente e acertávamos aquilo que havia que acertar. Foi um relacionamento excelente até eu ir embora", começa por adiantar Dias da Cunha, de 86 anos, para quem o problema esconde ainda uma cara.

"As claques são, desde do princípio, contra ele, porque defendem o Bruno [de Carvalho]. As claques querem correr com ele e isso torna as coisas muito difíceis, porque [Bruno de Carvalho] é quem eles admiram e consideram", defende o antigo presidente, que considera que Bruno de Carvalho está a instrumentalizar as claques.

"Não são só as claques" que dificultam a missão de Varandas

Todavia, também, para o último presidente campeão pelo Sporting, não são só as claques que têm dificultado a missão do atual Conselho Directivo. Sem concretizar, António Dias da Cunha aponta o dedo a outros ex-dirigentes do universo sportinguista.

"Não são só as claques que estão a procurar correr com o presidente. Há ex-dirigentes que já se veem como candidatos a presidentes. O movimento não é só das claques. Há quem pretenda o lugar e esteja a contribuir para tornar a condução do Sporting difícil. Dou-lhe o meu total apoio. Tudo em nome da estabilidade, mas porque o considero uma pessoa absolutamente capaz de desempenhar o lugar de presidente do Sporting neste momento muito difícil que o clube está a viver. O meu conhecimento pessoal dele foi adquirido quando se candidatou a presidente. Transmitiu-me essa competência, essa confiança", assegura.

Saída de Keizer foi "um erro"

De qualquer modo, a terminar, o ex-presidente não deixa de criticar a mudança técnica que levou à entrada de Jorge Silas para o lugar de Marcel Keizer.

"Considero que houve um erro. Foi o despedimento do Keizer. A partir daí o Sporting não parou de entrar em complicações. A equipa enfraqueceu ainda mais", conclui.