Igreja contra aproveitamento político da questão da eutanásia
08-03-2016 - 18:03

Os bispos estão a ultimar dois documentos sobre a eutanásia para divulargarr em breve. Trata-se de uma nota pastoral e de um conjunto de perguntas e respostas.

O conselho permanente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), que esta terça-feira se reuniu em Fátima, reafirmou a oposição da Igreja Católica à legalização da eutanásia, alegando que a única alternativa é cuidar da vida.

No encontro com os jornalistas, o porta-voz da CEP avisou ainda que “mal seria” que possa existir um aproveitamento político na questão da eutanásia.

“Se for assim é grave porque são valores essenciais de vida e não pode haver aproveitamento político nesse sentido. Se o há acho que devemos, não digo condenar, mas dizer que não está bem que assim seja. São assuntos tão importantes, essenciais de vida, que não devem ser utilizados por meras questões pontuais ou de estratégia política”, argumentou Manuel Barbosa.

Em relação à legalização da eutanásia, a Igreja portuguesa reafirma a sua oposição. “A alternativa, a única que há, é cuidar da vida e de todas as vidas. Não há outras alternativas no sentido humano e cristão”, disse aos jornalistas o padre Manuel Barbosa.

O sacerdote adiantou que o conselho permanente da CEP debateu a questão e reiterou a defesa da vida, “no seu todo, não aceitando a legalização da eutanásia”.

“A única alternativa é naturalmente o amor, a proximidade e o cuidado que é preciso ter, concretamente os cuidados paliativos para todos, sem excepção. Não há outras alternativas, a meio prazo ou a meio termo”, adiantou Manuel Barbosa.

O porta-voz dos bispos portugueses disse ainda que os bispos portugueses têm em preparação dois documentos, que serão divulgados nos próximos dias, sobre a questão da eutanásia: uma nota pastoral e um conjunto de perguntas e respostas “num sentido muito pedagógico e fundamentado”, disse o porta-voz da CEP.

“Estes documentos são mais uma achega, na perspectiva da doutrina da Igreja, sobre esta temática tão importante para as nossas vidas”, frisou.