Unidade e diálogo ecuménico são obrigatórios, diz bispo da Guarda
18-01-2017 - 10:39
 • Liliana Carona

“Ser cristão é cumprir a vontade Cristo, que é a unidade”, afirma D. Manuel Felício, que tem a seu cargo o ecumenismo no âmbito da Comissão Episcopal da Missão e Nova Evangelização.

Não existem vários caminhos, existe apenas um, o da unidade no diálogo ecuménico, defende D. Manuel Felício em declarações à Renascença. “Ser cristão é cumprir a vontade de Cristo e Cristo pediu a unidade e deu a vida pela unidade. O caminho pela unidade e a relação ecuménica é uma obrigação estruturante de todas as comunidades cristãs, mas só haverá unidade total quando os cristãos de todas as denominações cristãs puderem sentar-se à mesma mesa a celebrar a Eucaristia, o que ainda não acontece”, lamenta o bispo da Guarda.

Prova disso, acrescenta, é o tema escolhido para a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos de 2017, que começa nesta quarta-feira: “O tema inclui uma passagem da segunda Carta de Paulo aos Coríntios. ‘Reconciliação – O Amor de Cristo que nos impele’, impele-nos para a reconciliação entre todos, que é a vontade de Deus. Este texto tem breves reflexões e orações para cada um dos oito dias da semana da unidade que se recomenda sejam feitos em todas as comunidades cristãs”, conclui.

A proposta de reflexão para o oitavário de oração deste ano partiu do Conselho de Igrejas na Alemanha. O documento foi publicado em conjunto pelo Conselho Pontifício para a Promoção da Unidade dos Cristãos (Santa Sé) e pela Comissão Fé e Constituição (Conselho Mundial de Igrejas), e tem como tema central a “reconciliação”. “Que pessoas e Igrejas possam ser impelidas pelo amor de Cristo a viver vidas reconciliadas e a derrubar as paredes da divisão”, pode ler-se no documento divulgado.

A Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos é sempre assinalada nos países do hemisfério norte entre 18 e 25 de Janeiro. Este ano evoca os 500 anos da reforma protestante, iniciada por Martinho Lutero, que em 1517 publicou as suas “95 teses”, provocando uma ruptura entre várias comunidades cristãs até então ligadas à Igreja Católica.