Ia o discurso a meio, Rui Rio já tinha apelado aos militantes para essa "tarefa nacional de baixar a abstenção", também já tinha dito que "o PSD é o partido mais moderado em Portugal", "o partido que não pactua nem com a extrema-direita, nem com a extrema-esquerda" e depois o líder social-democrata surgiu com a ideia da "roda dos enjeitados" para falar da relação do PS com a maioria parlamentar de esquerda.
No jantar-comício de Paço de Arcos, de apoio a Paulo Rangel como cabeça de lista às europeias de domingo, Rio defendeu que o ataque que os socialistas fizeram nos últimos dias de campanha eleitoral a PCP e Bloco de Esquerda lhe fez lembrar "uma figura que havia na Europa até ao século XIX que era a roda dos enjeitados".
O líder social-democrata enquadrou o que era esse "mecanismo onde as mães punham os recém-nascidos, filhos bastardos, para entregarem à caridade", para concluir que "o PS está a fazer é tentar no século XXI pôr a ‘geringonça’ na roda dos enjeitados, só que a ‘geringonça’ não é nem recém-nascido, nem é bastardo, a geringonça já tem quatro anos de idade e tem pai e mãe".
Algumas palmas pontuaram esta parte do discurso que Rui Rio depois completou, dizendo que "esta colocação da ‘geringonça’ na roda dos enjeitados é uma encenação eleitoral, é o PS a conquistar os votos moderados dando a entender que, afinal, não quer nada com o PCP e com o Bloco de Esquerda, mas depois das legislativas, se disso precisarem, deitam a zanga para o caixote do lixo e vão à roda dos enjeitados buscar outra vez a geringonça para garantirem o poder mesmo que não ganhem as eleições".
Um jantar-comício em que o PSD apostou numa sala gigante em Paço de Arcos que estava preparada para mil pessoas sentadas, mas ficou muito aquém do esperado, já que várias mesas ficaram vazias e outras apenas preenchidas em meia lua.