Adesão da Finlândia e Suécia à NATO “obriga” a gerir as tensões com a Rússia “com maior sensibilidade”
15-05-2022 - 19:05
 • Renascença

Para Lívia Franco, especialista em relações internacionais do Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica, o quadro internacional ficará diferente com a Suécia e Finlândia na NATO. A aliança atlântica passará a ter o dobro de quilómetros de fronteira com a Rússia.

Após décadas de imparcialidade, nas últimas 24 horas, a Finlândia e a Suécia deram passos significativos para aderirem à NATO.

"Este é um dia histórico. Uma nova era começou", disse este domingo o Presidente finlandês, Sauli Niinistö, numa conferência de imprensa conjunta com a primeira-ministra, Sanna Marin, ao anunciar a intenção da Finlândia aderir à NATO.

É expectável que o parlamento finlandês aprove esta decisão nos próximos dias e que o pedido formal de adesão seja submetido à sede deste organismo, em Bruxelas, durante a próxima semana.

Também este domingo, em Estocolmo, o Partido Social Democrata sueco, no poder, aprovou uma candidatura da Suécia à NATO, abrindo caminho a um pedido de adesão pelo Governo. Após a aprovação, a primeira-ministra sueca, Magdalena Andersson, disse que a proposta conjunta da NATO com a Finlândia é "melhor" solução para a segurança do seu país.

Para Lívia Franco, especialista em relações internacionais do Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica, o quadro internacional ficará agora diferente: com a Suécia e Finlândia na NATO, a aliança atlântica passará a ter o dobro de quilómetros de fronteira com a Rússia.

“Muda bastante. Quer do ponto do ponto de vista da aliança, que se vê mais reforçada, com dois países, que do ponto de vista militar estão muito bem equipados, e que têm experiência de gerir a sua relação com a Rússia. Conhecem bem o que é de facto estar ali na linha da frente com a Rússia. Aliás, desse ponto de vista, importa notar que a NATO passa agora a ter o dobro das fronteiras, do ponto de vista da extensão, com a Rússia”, diz Lívia Franco, em declarações à Renascença.

Esta mudança “obriga” a gerir as tensões “com maior sensibilidade”, mas, por outro lado, “é um incentivo para que ambas as partes percebam que a diplomacia aqui tem um papel importante", nota ainda a especialista.