Sérgio Conceição e o FC Porto estão na "crise do sétimo ano"
18-09-2023 - 20:17
 • Renascença

O treinador do FC Porto garante que, apesar da crítica e da desestabilização de fora, "quando há um amor grande", pode durar "uma vida inteira". Também na Champions Sérgio tem uma vida inteira, embora se sinta como no primeiro dia.

Sérgio Conceição e o FC Porto estão na crise do sétimo ano, mito dos casamentos, no entanto, o treinador garante que o amor é forte o suficiente para superar este obstáculo e durar "uma vida inteira".

Em conferência de imprensa de antevisão da estreia na Liga dos Campeões, esta segunda-feira, o técnico portista volta a fazer frente às vozes críticas e, questionado sobre se está obrigado a reinventar-se, face às lesões (Marcano deve falhar o resto da época), saídas (Uribe, Otávio) e contratações, sublinha que "o futebol é um recomeçar constante".

"Este sétimo ano é como os casamentos. Costumam falar da crise do sétimo ano, não é? Por este início de ano, dá a entender que há isso, muita gente a tentar fazer confusão, a tentar criar instabilidade, porque as pessoas já se conhecem muito bem mas às outras. Mas depois, quando há um amor grande, esse sétimo ano é superado e é uma vida inteira. É um bocado por aqui, mas é aquilo que me vem à cabeça", declara Sérgio, entre risos com os jornalistas, devido à comparação insólita.

De qualquer forma, o treinador lembra que, nos seis anos no FC Porto, já estreou 40 jogadores na Liga dos Campeões, pelo que está habituado a reinventar-se e a fazer render com aquilo que o clube lhe dá.

Ganhar apenas por mérito próprio


Equipa limitada é, também, o Shakhtar, primeiro adversário do Porto na Champions, devido à guerra na Ucrânia. Sérgio Conceição solidariza-se com o momento do clube de Donetsk, "nos últimos bons anos a equipa número 1" daquele país, e com o povo ucraniano.

"Eles tentam honrar essa luta que estão a ter no seu país e, nesse sentido, vamos ter uma equipa super motivada. Têm sempre qualidade, com menos jogadores estrangeiros mas vários jovens de qualidade formados no clube e outros mais experientes. Na Liga dos Campeões, entre equipas de alto gabarito, essa experiência é importante também", frisa.

Apesar da adversidade, o treinador do FC Porto espera um Shakhtar forte e a lutar pelos três pontos: "Temos todos os bons ingredientes para um bom espetáculo e para que, no fim, possamos ganhar, não pela debilidade do adversário mas pelo mérito que teremos no jogo."

Num grupo em que também há o Barcelona, o jogo com o Shakhtar, por ser o primeiro da fase de grupos e frente a outro candidato à passagem aos oitavos de final, assume particular importância. Sérgio Conceição salienta, contudo, que são só mais "três pontos importantes".

"É um grupo equilibrado. Temos o campeão belga, e sei da dificuldade do futebol belga, joguei lá e iniciei a carreira de treinador na Bélgica. O Shakhtar domina o futebol ucraniano e o Barcelona é o campeão de um dos melhores campeonatos do mundo. No plano teórico podemos colocar o Barcelona um pouquinho acima dos outros, mas veremos o que na prática vai acontecer", assinala o treinador portista.

"É como se fosse a primeira vez"


Esta é a décima presença na fase de grupos da Liga dos Campeões para Sérgio Conceição - cinco como jogador e cinco como treinador. As "sensações" são as mesmas que as de quando se estreou, afiança:

"Quem é apaixonado pelo futebol, que ainda por cima nos dá o prazer de trabalhar num clube de que se gosta muito, é sempre como se fosse a primeira vez. Cada dia aqui é diferente, todos os jogos têm uma vida diferente, o hino toca-nos sempre como se fosse a primeira vez."

O FC Porto entra em prova no grupo H da Liga dos Campeões na terça-feira, às 20h00, frente ao Shakhtar. Encontro com relato online, em direto de Hamburgo, e acompanhamento ao minuto na Renascença.