Afeganistão. Há 1.500 cidadãos dos EUA ainda à espera para sair
25-08-2021 - 23:30
 • Lusa

Cerca de 500 norte-americanos foram informados sobre quando e como deveriam ir para o aeroporto militar de Cabul e outros mil estão a ser contactados para se confirmar se ainda querem sair.

O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, afirmou esta quarta-feira que ainda há 1.500 cidadãos dos Estados Unidos à espera para abandonar o Afeganistão, de um total de seis mil que manifestaram intenção de sair.

A estimativa é a primeira feita publicamente pelo Departamento de Estado sobre quantos cidadãos queriam sair do país quando os talibãs reconquistaram o poder.

"Alguns estão, compreensivelmente, muito assustados", disse o governante, durante uma conferência de imprensa.

Cerca de 500 norte-americanos foram informados sobre quando e como deveriam ir para o aeroporto militar de Cabul e outros mil estão a ser contactados para se confirmar se ainda querem sair, mas Blinken vincou que, destes, muitos podem já ter saído e o número dos que estão "ativamente a procurar ajuda" para sair do Afeganistão é "significativamente menor".

Para Antony Blinken, o limite de 31 de agosto, a próxima terça-feira, para a saída dos EUA do Afeganistão não se aplica aos "afegãos vulneráveis", os cidadãos que ajudaram os EUA durante a sua presença nos últimos 20 anos.

"Não há prazo limite para o nosso trabalho de ajudar os norte-americanos a saírem, se decidirem, e também não há para os muitos afegãos que nos apoiaram ao longo destes muitos anos, que querem sair, e não conseguiram fazê-lo; esse esforço vai continuar, todos os dias, depois de 31 de agosto", prometeu.

Depois da retirada da embaixada norte-americana, a operçaão está a trabalhar no aeroporto, procurando processar todos os pedidos dos norte-americanos e dos afegãos.

No entanto, os grupos de apoio aos refugiados descrevem uma situação diferente, com o processo desorganizado e displicente no que diz respeito aos afegãos que procuram entrar no aeroporto com documentos válidos, e que são bloqueados pelos militares norte-americanos que guardam o único ponto de saída do país.