João Sampaio, vice-presidente do Sporting, acredita que o descontentamento dos adeptos leoninos e a tensão na última assembleia-geral está relacionada com o novo protocolo entre claques e clubes, que reduziu os apoios dados aos grupos organizados de adeptos dos leões (GOA).
"Na nossa perspetiva a relação com os GOA não era saudável. Eram beneficiados relativamente aos outros sócios, o que nos pareceu de uma injustiça. Decidimos propor a celebração de um novo protocolo, que passava pela compra de bilhetes a um preço reduzido, e outras regalias, como apoio a viagens ou a coreografias comuns. Três dos GOA aceitaram muito bem e habituaram-se muito bem a este protocolo, sem nenhum tipo de dificuldade. Há um grupo organizado que não está muito satisfeito, e estou a ser eufemístico, e mobiliza-se no descontentamento e mobiliza o descontentamento de outros sócios", disse, à SportingTV.
O dirigente leonino relaciona a violência como um dos problemas do clube, que esteve na origem do ataque em Alcochete, e foi novamente visível na assembleia-geral.
«O Conselho Diretivo acha determinante dizer que a violência verbal, a violência que pode facilmente resvalar para a violência física, é a grande responsável por todas as dificuldades que o clube teve, como nos incidentes de Alcochete. Não podemos compactuar com isto. Os sportinguistas já têm dado sinais no estádio relativamente à violência no comportamento dos grupos organizados. O nosso apelo é que critiquem a direção quando assim entenderem, mas pacificamente, respeitando os direitos de todos, e deixando que a democracia flua», acrescentou ainda João Sampaio.
Sousa Cintra, antigo presidente do clube, e o responsável por fazer a transição entre a liderança de Bruno de Carvalho e Frederico Varandas, tentou discursar na assembleia-geral, mas acabou por não conseguir, devido aos muitos assobios, uma situação que João Sampaio condena.
"Não podemos admitir, numa associação que tem a democracia tão instituída, que uma pessoa não consiga falar na AG. Temos gerido as críticas, algumas violentas, fora de tom, mas isto demonstra uma situação muito grave, e os sportinguistas têm de se mobilizar para que não se repita. Tivemos um ex-presidente do Sporting que não conseguiu falar na AG do clube de que é sócio", remata.